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Guerra de convocações

Instalada nesta terça-feira (27) e foco das atenções do mundo político, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado Federal deve definir, na manhã desta quinta (29), seu plano de trabalho e estabelecer um cronograma inicial de convocação para depoimentos.

Nesse sentido, a sessão será marcada por uma guerra de convocações de ambos os lados – da parte governista, o objetivo é convocar vários governadores, em especial aqueles considerados adversários do governo federal. Do lado do G7 (bloco de senadores independentes ou declaradamente de oposição ao governo), o plano é convocar ex-ministros da Saúde e usar o caso recente do ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, que tomou a vacina supostamente escondido do Planalto.

Foram apresentados 260 requerimentos de informação, documentos e pedidos de depoimentos. Na lista de convocações dos governistas, estão nomes como os governadores João Doria (PSDB-SP), Rui Costa (PT-BA), Hélder Barbalho (MDB-PA) e Wilson Lima (PSC-AM), além de figuras relevantes como o médico infectologista e coordenador do comitê de saúde de São Paulo, David Uip, e o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante). Ademais, o grupo aliado a Bolsonaro também apresentou requerimentos para coletar informações sobre o uso de verbas federais nos 26 estados e no Distrito Federal, assim como atualizações sobre quaisquer investigações relativas à aplicação destes montantes nos entes subnacionais.

Por outro lado, o G7 já tem articulado com os líderes da Comissão para convocar desafetos e ex-membros do governo. Em cronograma prévio discutido na noite desta quarta (28) entre o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o relator Renan Calheiros (MDB-AL), está prevista a convocação, já na semana que vem, dos ex-ministros da Saúde do governo Bolsonaro, assim como o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres. Um pouco mais adiante, a ideia é trazer o ex-secretário de Comunicação Social, Fábio Wajngarten e outros assessores especiais da Presidência.

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Nestes primeiros dias de funcionamento da Comissão, o que se percebe é um tom firme adotado pelo presidente e pelo relator da CPI, muito provavelmente em retaliação à manobra frustrada que tentou impedir a nomeação de Renan Calheiros para a relatoria.

A convocação de ex-ministros da Saúde logo na primeira semana é uma derrota para o governo, que tenta virar o jogo jogando os holofotes para Estados e municípios. Com minoria na comissão, (4 de 11 senadores), porém, nem todos os requerimentos serão aceitos.

Investidores devem deixar os trabalhos da CPI e o pequeno revés do governo em segundo plano nesta quinta (29), em meio ao otimismo nas bolsas globais e início da temporada de resultados, mas acompanham de perto o desenrolar da comissão e seus efeitos políticos.

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Leia também: O enrosco político na questão fiscal | Denise Campos de Toledo.

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