Guedes: nada é inegociável
O ministro da Economia, Paulo Guedes, reuniu-se ontem com mais de 40 senadores na residência oficial do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Na ocasião, o ministro quis deixar claro que todos os pontos do Plano Mais Brasil são passíveis de negociação entre os parlamentares. Segundo Guedes: “[…] ministro não tem voto. Seria uma arrogância tola dizer que tem algum ponto inegociável.”
Guedes ressaltou, porém, que a negociação política acerca das propostas ocorreu antes mesmo delas serem apresentadas. Antes do envio, a calibragem foi feita entre líderes e presidentes da Câmara e Senado .Por isso, há uma expectativa de mais celeridade ou, ao menos, de poucas mudanças em parte do projeto.
Os senadores viram com bons olhos as três PECs enviadas pelo ministério da Economia na última terça-feira (5). Elas foram vistas como a oportunidade de o Senado assumir o protagonismo político – perdido, em 2019, para a Câmara, que capitaneou a maioria dos projetos de lei importantes. Demonstrativo disso é que o próprio Davi Alcolumbre, junto ao líder do governo na Casa, Fernando Bezerra (MDB-PE), assumirá a articulação política e que os dois relatores escolhidos, para a PEC do pacto federativo e para a PEC dos Fundos, agradaram os senadores. São eles, respectivamente: Márcio Bittar (MDB-AC), aliado do Planalto, e Otto Alencar (PSD-BA), independente do governo, mas com bom trânsito entre senadores e alinhado com o pensamento de Guedes no tema
Eu Com Isso?
A notícia é positiva para os mercados sob dois aspectos: o primeiro, pelo amadurecimento de Guedes durante 2019 em entender a política como a arte da conciliação e – portanto – ter tido paciência quanto ao tempo de tramitação de projetos; e o segundo, pela unidade de líderes, do governo e do presidente do Senado acerca da agenda a ser levada adiante. Ainda assim, é esperado que as PECs sejam totalmente aprovadas apenas em 2020. Acredito que pelo menos duas das três propostas terão sido aprovadas no início do segundo semestre. O governo, no entanto, evita falar de prazos neste momento.