Na noite desta terça-feira (30), após o fechamento de mercado, o Grupo SBF (SBFG3), antigo CNTO3, conhecido pela marca Centauro, apresentou seus resultados do 4T20 e 2020. O resultado foi regular, ainda afetado pela pandemia, em linha com as expectativas, com destaque para o crescimento das vendas digitais.
Este último trimestre marca a transição para uma empresa que possui uma plataforma integrada no segmento de esportes, unindo fabricação e produção de artigos esportivos com a Fisia (empresa com licenciamento de marca da Nike), distribuição/varejo de artigos esportivos com a Centauro e mídia/entretenimento com a NWB (dona do canal Desimpedidos).
A receita bruta, já retiradas as devoluções, apresentou crescimento de 10,9 por cento no 4T20 em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando 1,39 bilhão de reais no total (incluindo a Fisia – resultado de dez/20), com crescimento de 67,4 por cento nas vendas digitais da Centauro. O indicador de Vendas em Mesmas Lojas (SSS – Same Store Sales) das lojas físicas apresentou recuo de apenas 1,3 por cento no último trimestre em relação ao 4T19, com o indicador total (digital + físico) com desempenho de 12,3 por cento no 4T20 e 11,7 por cento no ano de 2020.
No consolidado de 2020 a receita bruta apresentou queda de 10,5 por cento, puxado pela queda de 27,5 por cento nas vendas de lojas físicas, porém parcialmente compensado pelo crescimento 69,3 por cento nas vendas digitais, com esta modalidade já representando mais de 1/3 das vendas totais do grupo.
A rentabilidade da companhia apresentou queda, atingindo um prejuízo líquido ajustado (excluindo efeitos não-recorrentes) de 29 milhões de reais, contra um resultado positivo de 151 milhões de reais em 2020. A queda se deve sobretudo pela queda da margem bruta no ano de 49,4 por cento para 43,8 por cento, com a combinação de 2 efeitos negativos com queda de receita total e promoções com mix de produtos menos rentáveis, porém ainda em patamares longe do alarmante.
E Eu Com Isso?
A companhia mostrou forte presença digital, apresentando resultado resiliente em um ano de pandemia, no qual produtos considerados não-essenciais sofreram um impacto negativo maior, incluindo o esportivo, com o cancelamento de eventos, restrição de circulação e limitação do orçamento familiar em geral frente a incertezas.
Esperamos uma reação positiva do mercado no preço das ações da companhia, superando o índice Ibovespa no curto prazo. A partir deste dia 31 de março de 2021 as ações do Grupo SBF passarão a ser negociadas com o ticker SBFG3, em substituição ao CNTO3.
Entretanto, existem incertezas no curto prazo devido à pandemia com o fechamento dos shopping centers em que a maioria das lojas do Grupo SBF tem operações.
Importante notar o fluxo de caixa livre da companhia no 4T20, mesmo com resultados operacionais piores, com geração positiva de cerca de 150 milhões de reais se excluirmos o desembolso de 1,019 bilhão de reais para a aquisição das licenças da Nike (transformado em Fisia). Mesmo com esta grande aquisição, o Grupo SBF mantém um caixa robusto de cerca de 514 milhões de reais, fruto dos recursos levantados no IPO e na oferta subsequente de ações (Follow-on), mantendo um nível de endividamento líquido bastante saudável equivalente a 1,1 vez o Ebitda Ajustado.
Não somente o resultado da companhia foi bastante resiliente e com recuperação interessante no 4T20, a operação parece estar em fases finais de preparação para alçar voos maiores, com a incorporação integral das operações da marca Nike no país, aumento de engajamento e integração da estratégia comercial com a NWB que possui mais de 80 milhões de seguidores nas redes sociais, além do crescimento cada vez mais forte dos canais digitais, com as lojas em formato G5 (novo formato voltada para experiência do consumidor) funcionando como hubs para as entregas finais aos clientes.
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