Nesta quarta-feira (28) após o fechamento do mercado, a Lojas Americanas (LAME4) em conjunto com a B2W (BTOW3) divulgaram em fato relevante um novo capítulo no processo de fusão entre as duas empresas.
As companhias combinadas passaram a chamar Americanas S.A. e serão negociadas com o código AMER3 na Ibovespa, além disso os controladores da companhia pretendem listar um veículo de controle, uma holding, no mercado americano com o objetivo de manter o controle da companhia utilizando direitos de votos preferenciais, mecanismo muito praticado nos Estados Unidos.
Com isso, os investidores da B2W (BTOW3) receberão ações da nova companhia as ações AMER3 com relação de troca de 1 para 1, enquanto os investidores das Lojas Americanas (LAME3/LAME4) receberão 0,18 ações da companhia, com a mesma relação de troca para ambos os tipos de ação ON e PN.
O objetivo do movimento é tornar a Lojas Americanas um veículo de investimento na companhia, além de consolidar as operações físicas da Americanas e a operação digital da B2W, com a cisão dos ativos relativos à operação física da Lojas Americanas e sendo passados para a B2W mediante emissão de novas ações a serem distribuídas para os acionistas de LAME3 e LAME4.
Como resultado final, os acionistas minoritários da B2W ficarão com cerca de 23,4 por cento das ações AMER3, enquanto os acionistas da com ações LAME3 ficaram com 26,8 por cento e os detentores de ações LAME4 com 49,8 por cento.
E Eu Com Isso?
Com o movimento, o trio da 3G Capital, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, controladores das Lojas Americanas (LAME3/LAME4), não deixa de ter o controle no momento da fusão das companhias. Ao final do processo, a soma da participação do trio possibilita a eles terem 53,4 por cento do capital votante da nova companhia, a Americanas S.A. (AMER3).
Apesar da complexa estrutura da transação anunciada, acreditamos que a fusão entre Lojas Americanas e B2W é positiva para todos os acionistas. Dessa forma, esperamos um impacto positivo no preço das ações (LAME3/LAME4/BTOW3) no curto prazo.
As ações PN das Lojas Americanas (LAME4) tem prêmio de 9 por cento em relação ao preço das ações ON (LAME3), essa diferença deve diminuir bastante, assim acreditamos numa alta mais forte nas ações ON (LAME3) do que nas ações PN (LAME4).
No caso da B2W, esperamos que o impacto também deverá ser positivo, mas com menor intensidade devido à diluição dos atuais acionistas. Por outro lado, no lado positivo temos: i) sinergias da operação unificada (LAME+B2W); ii) aproveitamento dos prejuízos fiscais acumulados de 2,4 bilhões de reais; iii) maior agilidade no crescimento através das aquisições e; iv) listagem da holding (LAME) na bolsa dos EUA.
Com isso, pode haver uma redução no desconto em termos que múltiplos que as empresas combinadas negociam em relação às suas concorrentes diretas: Magazine Luiza (MGLU3) e Via Varejo (VVAR3).
Em termos operacionais a fusão faz total sentido, com as companhias envolvidas realizando um movimento já consolidado pela Magazine Luiza (MGLU3) e recentemente completada também pela Via (VVAR3) que é a integração completa da operação física com a digital, o chamado omnichannel.
O movimento vem também para completar uma reformulação do portfólio de atuação da Americanas, após a parceria com a BR Distribuidora (BRDT3) com a utilização do AME Digital (carteira digital da Americanas) na rede de postos e parceria para a Americanas operar as lojas de conveniência da rede, além da aquisição da Uni.Co recentemente, que permitirá um reforço no desenvolvimento de marcas próprias, além de entrar na frente de franquias e aproveitar para ampliar o sortimento de produtos oferecidos pela rede, agregando valor aos clientes e à empresa.
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