Embraer (EMBR3): Cade aprova negócio com a Boeing
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou ontem o acordo entre Embraer (EMBR3) e Boeing. Por ter sido autorizada sem restrições, a operação não precisou passar pelo crivo do plenário do órgão antitruste.
A avaliação é de que o negócio, anunciado oficialmente em 2018, não tem efeitos concorrenciais, já que as duas empresas não disputam o mesmo mercado de jatos.
O governo brasileiro manterá seus direitos preferenciais por meio da chamada “golden share” sobre a Embraer, mas não sobre o negócio de aviação comercial, que passará ao controle exclusivo da Boeing.
A operação ainda precisa de aprovação da União Europeia, que no início do mês prorrogou o prazo para uma decisão para 30 de abril.
O avanço do negócio com a Boeing é positivo para a companhia. Para a Embraer, o risco de manter-se sozinha era o de ficar de fora de uma das grandes cadeias mundiais de produção e, num prazo de talvez uma década, ver seus horizontes comerciais se fecharem.
A área de engenharia da empresa paulista é vista como de ponta, e poderia injetar dinamismo no setor da americana já que a Boeing não possuía uma linha de aviação civil de caráter regional, com aeronaves menores, de 70 a 130 lugares.
A rival europeia da Boeing, Airbus, tinha o mesmo problema e o resolveu comprando o controle da família regional C-Series, da canadense Bombardier, adversária histórica da Embraer.
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