Em 29 de janeiro, o conselho de administração da Eletrobras (ELET3) anunciou um pagamento de dividendos intermediários de 2,3 bilhões de reais a ser efetuado em 19 de fevereiro aos acionistas que constarem na base acionária de 03 de fevereiro de 2021 (“data de corte”).
Nesta data, serão pagos os seguintes proventos por ação, respeitando essa ordem de prioridade de pagamento: 2,07 reais por ação preferencial classe A (ELET5); 1,57 reais por ação preferencial da classe B (ELET6); e 1,43 reais por ação ordinária (ELET3). A partir de 04 de fevereiro, as ações da companhia serão negociadas sem o direito a esses dividendos intermediários (“ex-direito”).
O montante é referente ao resultado do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2018. A companhia não realizou a distribuição de dividendo no período com o objetivo de constituir reservas para desalavancagem e preservação de caixa. Dessa forma, a decisão de distribuição dos dividendos intermediários hoje decorre da revisão da situação financeira da companhia e de sua liquidez.
E Eu Com Isso?
Acreditamos que a notícia é positiva para os acionistas da Eletrobras. Desse modo, esperamos uma reação positiva para as ações da companhia (ELET3/ELET6) no curto prazo, justificada pelo com retorno em dividendos (dividend yield) de aproximadamente de 5 por cento.
Conforme o comunicado da Eletrobras, a distribuição de dividendos é uma sinalização de confiança da diretoria na atual saúde financeira da companhia. Nos últimos anos, como reflexo da gestão responsável e acertada do ex-CEO Wilson Ferreira, a Eletrobras conseguiu revitalizar seu balanço, recuperar seus resultados e equilibrar sua geração de caixa. Como elemento desse processo, houve retenção de lucros registrados no período para constituição de reservas e capitalização da companhia, limitando os proventos distribuídos.
A Eletrobras tem endividamento controlado, com relação dívida líquida/EBITDA de 1,9 vezes ao final de setembro de 2020.
Nessa nova fase vivenciada pela Eletrobras, com seu quadro financeiro equacionado, a empresa poderá aproveitar as reservas acumuladas para distribuições extraordinárias. Esse mecanismo será útil para otimização da estrutura de capital e realização das distribuições que ficaram represadas em 2018 e 2019 em decorrência da estratégia financeira comentada anteriormente.