A sessão de abertura dos trabalhos legislativos de 2022 ficou marcada pelos discursos de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, e do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Se a fala de Bolsonaro não trouxe grandes surpresas – focando, principalmente, nas críticas ao seu principal adversário político para 2022, o petista Luiz Inácio Lula da Silva –, os recados dos presidentes das Casas Legislativas foram marcados por indiretas e posturas mais incisivas.
Ainda pré-candidato ao Planalto, Pacheco fez questão de abordar, em tom crítico, a questão das fake news e as investidas autoritárias contra a democracia. Lira, por sua vez, criticou a atuação do Senado Federal no andamento de algumas pautas e também fez defesa da responsabilidade fiscal – incorporando o papel de defensor da ala liberal do governo.
A relação entre os dois líderes do Legislativo não tem sido das melhores nos últimos meses e deve continuar da mesma forma. O presidente da Câmara é fortemente alinhado com o Planalto, enquanto o presidente do Senado resolveu demarcar uma distância relevante para o Executivo, o que também trouxe contratempos do ponto de vista da agenda apoiada por Lira e Bolsonaro.
Um ponto em comum de ambos os discursos, porém, foi a defesa da aprovação de reformas administrativa e tributária, além de um pedido para que deputados e senadores “deixem as eleições para outubro” para focar na votação de projetos neste início de ano.
E Eu Com Isso?
Vale notar que Arthur Lira, em discurso mais técnico, adotou forte tom fiscalista e em defesa da responsabilidade fiscal. Ainda, o presidente da Câmara mandou também um recado aos pré-candidatos ao afirmar que o Congresso continuará funcionando com os mesmos mecanismos de soberania, “independentemente da conjuntura futura”.
Por outro lado, como esperado, Pacheco escolheu abrir os trabalhos do Legislativo com uma mensagem mais política e enviando recados ao próprio presidente Bolsonaro.
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