Mesmo com a forte competição no comércio online e com a forte expansão dos marketplaces, a inflação do comércio eletrônico no Brasil já é de 18,76% considerando o período de janeiro a outubro, acima do IPCA e do IGP-M.
A queda de 9% nos preços do online, resultante das ofertas da Black Friday em novembro, diminuiu esse aumento nos preços, porém ainda mantêm uma alta acumulada de cerca de 9,8% no ano, superando a prévia do IPCA para o mesmo período de 9,5%.
Passada a Black Friday, foram observados novos reajustes nos preços de cerca de 2,4% em relação a outubro, segundo o Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo). Ainda segundo o Ibevar, os produtos com maior demanda seguem mais caros, como TVs, celulares, notebooks e eletrodomésticos.
Produtos que têm uma oscilação de preços muito forte também têm sido deixados de lado pelo consumidor, que enxerga nessa categoria um risco maior de compra, já que ele pode comprar hoje e o mesmo produto ficar mais barato amanhã.
As classes de renda mais baixa têm contribuído menos para o avanço das vendas online nos últimos meses, com as classes A e B ampliando de forma mais expressiva sua participação nas compras pelos canais digitais, de cerca de 10% para 16,5% da cesta de compras no comparativo entre o 3T21 e o 3T20. A classe C já tem um avanço menos expressivo, de 8% para 9,6%, segundo a Kantar Consultoria.
E Eu Com Isso?
Embora houvesse grande expectativa de que as vendas da Black Friday compensassem as margens do 3T21 abaixo do esperado pelas varejistas, dados divulgados por empresas de pesquisas indicaram uma Black Friday também mais fraca, com a piora do cenário macroeconômico, resultando na alta da inflação e da taxa de juros.
Por conta disso, foi observado um movimento de descontos menores pelas varejistas, com a inflação de eletrônicos apresentando uma alta de aproximadamente 25% no acumulado de dois anos.
As varejistas Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Lojas Americanas (LAME4) têm apostado agora nas vendas de Natal, embora já considerem vendas menores por conta do cenário macro, pesando fortemente para o setor.
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