O Colégio Eleitoral americano confirmou Joe Biden como o próximo presidente dos Estados Unidos da América e Kamala Harris como sua vice nesta segunda-feira (14). O resultado da votação dos 538 delegados ficou de acordo com as projeções resultantes da votação popular nos 50 estados americanos, em que Joe Biden obteve 306 votos e Donald Trump 232 votos.
Em todos os estados cuja equipe de Trump contestou os resultados das urnas, os delegados acabaram seguindo a decisão popular e votando no democrata. Com isso, abre-se definitivamente o caminho para Biden assumir a Casa Branca em janeiro de 2021, tornando-se o 46° presidente americano.
Lembrando que a votação do Colégio Eleitoral é considerada mais uma formalidade do que, de fato, um pleito onde os resultados das urnas podem ser alterados. A legislação varia de estado para estado, mas em alguns casos até não se admite que o delegado vote em uma alternativa que não aquela que lhe foi designada. Existem casos de votos divergentes de delegados – conhecidos como “faithless electors” (eleitor infiel, na tradução livre) – mas eles são raríssimos na história eleitoral americana e somente mudaram o resultado do pleito em 1863.
Nesse ano, contudo, criou-se uma certa apreensão por conta da recusa do atual presidente e candidato à reeleição, Donald Trump, a admitir a derrota nas urnas. Alguns assessores de Trump insistiram, sem sucesso, para que integrantes do Colégio Eleitoral ignorassem os resultados eleitorais e votassem no republicano.
E Eu Com Isso?
Joe Biden venceu as eleições de 2020 com uma margem de mais de 7 milhões de votos sobre seu adversário, Donald Trump, e teve mais de 70 delegados a mais que o republicano. A essa altura, o resultado é incontestável – todas, sem exceção, as ações jurídicas movidas pela equipe do republicano foram rejeitadas e não se constatou fraude eleitoral em nenhum dos cinquenta estados americanos. Recentemente, a própria Suprema Corte americana rejeitou uma contestação feita no estado do Texas.
Trump, agora, vai tentando adiar o inadiável. Resta saber se o 45° presidente americano vai ceder às pressões pelo reconhecimento da vitória de seu adversário, ou se sairá da Casa Branca pela porta dos fundos. A transição entre as equipes já vem ocorrendo, ainda que não da maneira mais harmônica possível, e Joe Biden tomará posse no dia 20 de janeiro, em sessão conjunta do Congresso americano.
A vitória de Biden é positiva, mas já foi precificada e a ratificação pelo Colégio Eleitoral só confirma o que já era esperado. Os mercados, portanto, não devem reagir à notícia no pregão desta terça.