O Banco Bradesco (BBDC3/ BBDC4) divulgou na manhã desta quinta-feira (30) seu resultado do primeiro trimestre de 2020. A atitude de fazer uma provisão de 2,7 bilhões de reais para cobrir potenciais perdas de crédito causadas pela pandemia do Covid-19, levou a instituição financeira a registrar um resultado abaixo das estimativas.
O lucro líquido recorrente recuou para 3,75 bilhões de reais no primeiro trimestre, queda de 40 por cento com relação ao mesmo período do ano passado. Com a queda no lucro, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) recuou 8,8 pontos percentuais para 11,7 por cento.
Os números vieram abaixo da expectativa e por isso esperamos um impacto negativo no curto prazo no preço das ações do Bradesco (BBDC3/BBDC4). Entretanto, é importante ressaltar a atitude conservadora do banco de aumentar as provisões. Apesar da queda no lucro, o Bradesco agora possui um colchão de proteção total de 5,1 bilhões de reais para enfrentar um possível cenário econômico adverso.
O Bradesco registrou 6,7 bilhões de reais em despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos (PDD) para se proteger do impacto do coronavírus sobre clientes, alta de 86,1 por cento frente igual período de 2019.
Segundo o banco, as provisões foram reforçadas como consequência do cenário econômico adverso que poderá resultar no aumento do nível de inadimplência em meio à da falência de empresas, elevação do desemprego e degradação do valor das garantias.
A carteira de crédito expandida do banco cresceu para 655 bilhões de reais, alta de 17 por cento em relação ao primeiro trimestre de 2019. A alta na carteira de crédito expandida foi liderada pelas operações com pessoas jurídicas com o aumento da demanda de grandes empresas no início da pandemia. A inadimplência acima de 90 dias piorou 0,4 pontos percentuais para 3,7 por cento.
As receitas de serviços do banco cresceram 2,6 por cento para 8,3 bilhões de reais, beneficiadas principalmente pela conta corrente e taxas de corretagem.
As medidas de quarentena impostas por governos na expectativa de frear o avanço do vírus foram colocadas em prática apenas em março. Dessa forma, seu impacto nas operações bancárias do primeiro trimestre ainda foi limitado. O impacto mais forte virá no segundo trimestre.