Bancos centrais decidem juros
Uma pesquisa encomendada pelo BofA Merrill Lynch fez a seguinte pergunta a 235 participantes que tem 638 bilhões de dólares sob gestão: Qual seria a política mais importante nos próximos seis meses para um movimento de alta dos ativos de risco? Em primeiro lugar, os grandes investidores disseram que seria um estímulo fiscal alemão e, logo na sequência, cortes de 0,50 por cento pelo Fed nos EUA. O resultado mostra a expectativa por um afrouxamento monetário a nível global. Por isso, em dia de decisão sobre os juros pelo Fed, o mundo para a escutar a decisão de um dos bancos centrais mais importantes. A expectativa é praticamente unânime de corte de 0,25 por cento, mas é fundamental prestar atenção no discurso e nos próximos possíveis passos.
Ainda vale destacar a atuação surpreendente do Fed ontem. A instituição adotou, pela primeira vez em mais de uma década, medidas para aliviar pressões de alta sobre as taxas de curto prazo. Injetou 53 bilhões de dólares no sistema bancário por meio de transações de acordo de recompra (repo). Foi uma resposta à elevação dos juros de curto prazo para até 5 por cento (devido à falta de liquidez), muito distante da meta, que varia de 2 a 2,25 por cento. E hoje, deve seguir no mesmo ritmo, injetando mais dinheiro no mercado financeiro.
Por aqui, também teremos decisão de nosso BC. A expectativa é de um corte de juros ainda maior, de 0,50 por cento, para que, assim, a Selic caia a 5,50 por cento – mais uma renovação de mínima histórica. Em parte, acompanhamos o movimento global, em outra, porque o nosso ritmo de atividade econômica está praticamente estagnado e a taxa mais baixa atuaria como um estímulo extra.
E Eu Com Isso?
Hoje teremos dois pregões dentro de um mesmo dia. O primeiro até a decisão e o discurso do Fed, e outro após as definições. O dia deve começar tenso e com sinais mistos ao redor do mundo no aguardo da decisão. No entanto, isso pode mudar completamente após a decisão. Os ativos locais vão começar o dia no vermelho.