Nesta sexta-feira (5), o presidente Bolsonaro deve se reunir com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e os ministros Paulo Guedes (Economia), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Bento Albuquerque (Minas e Energia) para discutir a questão do aumento do diesel.
Devido à política de preço de paridade internacional, adotada pela Petrobras desde meados de 2018, e à alta no preço do barril de petróleo, os caminhoneiros têm pressionado, novamente, para que haja uma revisão nos repasses para a bomba de combustível. Nesse sentido, o presidente afirmou que quer “colocar em pratos limpos” a composição do custo do combustível e “tornar a questão pública”.
Enquanto Bolsonaro comentava a questão do diesel em sua live de quintas-feiras (4) nas redes sociais, Guedes estava reunido com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), debatendo a agenda econômica para o Congresso nos próximos meses. Ao sair da reunião, o ministro da Economia admitiu a volta de um novo auxílio emergencial para metade dos 64 milhões de beneficiários contemplados em 2020.
Entretanto, o ministro quis deixar claro que a possibilidade da volta do auxílio depende de “cláusulas necessárias” a serem disparadas no campo fiscal. Ainda, reiterou que o novo auxílio se daria em um contexto de excepcionalidade, com o acionamento do estado de calamidade pública ou de emergência pelo Congresso Nacional.
E Eu Com Isso?
As reuniões entre lideranças legislativas e alto escalão do governo continuam a todo vapor, confirmando a renovação de fôlego acerca da relação entre os dois Poderes. Com a sinalização de Guedes – que antes evitava falar sobre a possibilidade da volta de um auxílio – passa a ser provável a volta de algum pagamento para grupos mais vulneráveis. Isso será feito com as devidas contrapartidas fiscais, para que nenhuma regra seja quebrada.
A notícia, no entanto, deve impactar levemente o pregão de hoje, já que a volta de um auxílio incorre em novo gasto para acomodar em 2021, em um contexto de extremo aperto das contas públicas. O mercado, em um primeiro momento, ficará mais apreensivo – e o mesmo vale para a reunião de Bolsonaro e Castello Branco, que, a depender do desfecho sobre o diesel, pode ser entendida como ingerência política na gigante petroleira.