Na terça-feira (03) e na quarta-feira (04) haverá mais uma reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Desde a edição passada, em junho, estava mais do que avisado pelo Banco Central que a taxa de juros referencial Selic deveria subir 0,75 ponto percentual.
Nos últimos dias, entretanto, cresceu a certeza de que essa alta será maior, de um ponto percentual. Com isso, a Selic deve passar dos atuais 4,25% ao ano para 5,25%. Mais um passo em direção ao alvo esperado pelos investidores, que é de juros a 7% ao ano no fim de 2021.
Como é possível antecipar isso?
O fato de as expectativas do mercado terem mudado pode ser comprovado pela variação nos preços das opções de Copom.
Complicou?
Vamos explicar rapidamente.
Essas opções são diferentes daquelas negociadas no pregão da B3. Funcionam muito mais como apostas. Os participantes testam diversas probabilidades. De chover ou não. De um determinado time de futebol ganhar ou perder. E também da decisão do Copom.
Por exemplo, um participante pode lançar uma opção, dizendo “pago 30% se o Copom elevar os juros em 100 pontos-base”. Quem compra essa opção paga os 30% do valor da opção ao lançador e ambos esperam o resultado do Comitê ser divulgado.
Se o resultado se verificar e o Copom de fato elevar a Selic em 100 pontos-base, o comprador da opção recebe 100 e aufere um lucro de 70. O lançador da opção paga 100. Descontando-se os 30 recebido, ele perde 70. E ambos esperam a próxima reunião do Copom.
Essas opções são uma boa indicação das expectativas do mercado. Na sexta-feira, as opções encerraram o pregão pagando probabilidade de 80% para uma alta de 100 pontos-base.
Ou seja, considera-se que a essa probabilidade é elevada.
Em meados de julho, há pouco mais de dez dias, as opções de alta de 75 pontos-base pagavam algo ligeiramente acima de 60%. No encerramento do pregão de sexta, precificavam 7,5%, uma queda acentuada e rápida.
A avaliação dos especialistas da Levante Ideias de Investimento é que uma alta de 100 pontos-base vai provocar poucas oscilações no mercado, pois essa expectativa já está refletida nos preços.
Relatório Focus
A edição mais recente do Relatório Focus, divulgada pelo Banco Central na manhã desta segunda-feira (02), mostra que as expectativas de taxa de juros permanecem elevadas.
A taxa referencial Selic prevista para dezembro de 2021 permanece nos 7% ao ano que foram atingidos na edição anterior.
Esse percentual está valendo para o fim de 2022, também inalterado ante a semana anterior. Isso significa que, pelo menos por agora, as projeções são de uma política monetária mais apertada até o fim do ano que vem, de modo a conter a inflação.
Porém, os prognósticos para o IPCA deste ano voltaram a subir e chegaram a 6,79%, ante os 6,56% da edição anterior.
E Eu Com Isso?
A semana e o mês de agosto começam com os contratos futuros do Ibovespa em alta, recuperando-se parcialmente das fortes quedas do último pregão de julho.
As notícias são positivas para a Bolsa.
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