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A inflação persiste

Esta quarta-feira (09) é um dia de inflação. Logo cedo, a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) anunciou a inflação na primeira quadrissemana de fevereiro para a cidade de São Paulo, com uma alta de 0,79% nos preços. A inflação se acelerou ante os 0,74% da quadrissemana anterior, e também ficou acima dos 0,57% da primeira quadrissemana de janeiro.

Em seguida, a FGV (Fundação Getulio Vargas) divulgou a primeira prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) de fevereiro, mostrando uma inflação de 1,38%, abaixo dos 1,41% da primeira prévia de janeiro. No acumulado de janeiro, o IGP-M registrou uma alta de preços de 1,82%.

Na primeira prévia do IGP-M de fevereiro, o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) registrou uma alta de preços de 1,75%. O IPA representa 60% do IGP-M.

E, finalmente, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou uma inflação de 0,54% em janeiro, abaixo dos 0,73% de dezembro. Nos 12 meses até janeiro, a inflação medida pelo IPCA foi de 10,38%, acima dos 10,06% nos 12 meses anteriores. Em janeiro de 2021, a alta havia sido de 0,25%. Segundo o IBGE, foi a maior alta para o mês de janeiro desde os 1,27% de 2016.

O que esse autêntico balaio de números mostra é algo que ficou claro na Ata da 244ª reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada na terça-feira (08): “A inflação ao consumidor segue elevada, com alta disseminada entre vários componentes, e segue se mostrando mais persistente que o antecipado”. Mais do que isso, a Ata informa que “a alta nos preços dos bens industriais não arrefeceu e deve persistir no curto prazo, enquanto a inflação de serviços acelerou, ainda refletindo a gradual normalização da atividade no setor”.

Até o início do quarto trimestre de 2021, a aceleração dos índices de preços esteve concentrada em alimentos, energia e combustíveis. As causas eram bem definidas. A estiagem reduziu a produção agrícola e tornou a comida mais cara. Além disso, a alta das commodities agrícolas no mercado internacional em um momento de depreciação do real em relação ao dólar amplificou esse movimento.

A estiagem reduziu a geração de eletricidade por meios hídricos e aumentou a participação da energia térmica, trazendo surpresas desagradáveis a cada conta de luz. E, para complicar ainda mais, a cotação do barril de petróleo avançou bastante. Combustível mais caro pressionou os custos do transporte.

Os desdobramentos desse cenário se alteraram nos últimos meses do ano passado. Gradativamente, a alta de preços localizada em alimentos, energia e combustíveis se espalhou pelos demais setores da economia. Era de se esperar que isso ocorresse.

Teoricamente, o preço dos serviços de um pintor de paredes ou de uma manicure não é afetado pela alta internacional do barril do petróleo. Porém, eles têm de comer todos os dias e precisam morar em algum lugar. Se fazer isso fica mais caro, o pintor e a manicure até podem resistir a elevar o preço de seus serviços por algum tempo para não perder a freguesia. No entanto, em algum momento eles terão de reajustar o que cobram.

À medida que esse movimento de reajustes se espalha pelos diversos setores da economia, a inflação se torna mais e mais persistente e mais difícil de combater. O que indica que o BC (Banco Central) deverá manter os juros em alta por algum tempo.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros do Ibovespa e do índice americano S&P 500 iniciam a quarta-feira em alta devido às expectativas positivas com os resultados das empresas, que estão sendo divulgados.

As notícias são positivas para a Bolsa.

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Leia também: Defenda seu dinheiro da inflação.

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