Esta terça-feira começou com muitas informações para ser analisadas. Logo cedo, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou a Ata da reunião encerrada no dia 5 de maio, em que a taxa referencial Selic foi elevada em 0,75 ponto percentual para 3,50 por cento ao ano. Uma leitura atenta da Ata mostra que ainda há muita incerteza pela frente. E o cenário dos mercados internacionais não é melhor.
Comecemos pela Ata. Comentando a atividade econômica, o Copom avaliou que “a despeito da intensidade da segunda onda da pandemia ter sido maior que a esperada, os últimos dados disponíveis de atividade têm surpreendido positivamente. Para o Comitê, o segundo semestre do ano deve mostrar uma retomada robusta. (…). Os dados de atividade e do mercado de trabalho formal sugerem que a ociosidade da economia como um todo se reduziu mais rapidamente que o previsto, apesar do aumento da taxa do desemprego.”
Ou seja, apesar de haver muitos brasileiros e brasileiras procurando emprego sem encontrar, não há garantias de preenchimento de vagas assim que a economia começar a destravar. Ao contrário, a dobradinha menos emprego e menos ociosidade indica uma economia com menor capacidade de recuperação no curto prazo.
Como a inflação permanece elevada, algo novamente comprovado pelo IPCA de abril, o Comitê não apenas confirmou as expectativas de elevação da Selic como praticamente contratou uma nova alta do mesmo porte para a reunião de junho, o que deverá elevar os juros referenciais a 4,25 por cento ao ano. “O risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária”, escreveu o Copom.
A inflação não é apenas uma preocupação por aqui. Na noite da segunda-feira, as ações de tecnologia americanas apresentaram fortes baixas, e levaram de roldão os demais índices acionários. O temor dos investidores é que a alta dos preços das commodities, o minério de ferro em especial, pressione os juros de longo prazo nos Estados Unidos, travando a recuperação econômica apesar das políticas expansionistas do banco central americano.
A incerteza cresceu nas últimas horas, com a percepção por parte dos investidores que o caminho da economia para fora das medidas de restrição não será tão suave nem tão indolor quanto se esperava.
Inflação
Pressionada pela alta nos preços dos produtos farmacêuticos, a inflação de abril ficou em 0,31 por cento, abaixo da registrada em março (0,93 por cento). Com isso, o índice acumula alta de 2,37 por cento no ano e de 6,76 por cento nos últimos 12 meses. Em abril de 2020, a variação havia sido de -0,31 por cento. A principal influência foi o aumento de 2,69 por cento nos preços dos produtos farmacêuticos. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
E Eu Com Isso?
A sessão da terça-feira começa com fortes baixas nos contratos futuros de Ibovespa e do índice americano S&P 500, devido ao movimento de ajuste com a percepção de mais riscos de alta na taxa de juros dos Estados Unidos.
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