Nesta terça-feira (8), pouco antes da abertura do mercado, a Hapvida (HAPV3) divulgou a aquisição do grupo Promed, a segunda maior operadora de plano de saúde integrada da capital mineira, Belo Horizonte, com 270 mil planos de saúde (vidas).
O valor da aquisição é de 1,5 bilhão de reais, dividida em 500 milhões de incorporação da dívida líquida no balanço (não representa desembolso para a Hapvida), 500 milhões a serem pagos em dinheiro e 500 milhões restantes a serem pagos via ações (aproximadamente 1 por cento de diluição).
O custo da aquisição por vida ficou em cerca de 5,5 mil reais por usuário, acima da média de aquisição do setor, porém a transação conta com ativos imobiliários relevantes (3 hospitais, 1 unidade básica de saúde e 7 clínicas).
A empresa anunciou também duas transações de menor porte:
i) um contrato de arrendamento de 20 anos do Hospital Materno Infantil Sinhá Junqueira em Ribeirão Preto, no valor de 265 mil reais mensais adicionado de 11 milhões de reais em investimentos nos próximos anos para ampliação e modernização;
ii) compra da carteira de 18 mil usuários da operadora Samedh, em Goiânia, por 20 milhões de reais.
Os investidores reagiram positivamente à notícia, com as ações (HAPV3) atingindo uma valorização de 4,56 por cento em sua máxima no dia, recuando no fim da tarde, fechando com uma alta de 1,40 por cento.
Acreditamos que a transação seja positiva para a empresa no médio e longo prazo, com a incorporação de 270 mil usuários da base da Promed (cerca de 7 por cento da base total da Hapvida), ampliando de forma relevante a sua atuação no estado, com agora 11 por cento de participação de mercado na região metropolitana de BH, dominado pela Unimed-BH com 54 por cento de participação, com 1,2 milhão de usuários.
A receita anual da Promed gira em torno de 600 milhões de reais, cerca de 7 por cento da receita anual da Hapvida e, além do grande potencial de captura de usuários de planos (cerca de 5 milhões no estado atualmente), há diversas melhorias e sinergias a serem capturadas na operação:
i) A Promed hoje realiza apenas 5 por cento dos procedimentos em hospitais próprios, sendo que a média da Hapvida é de 60 por cento – o que pode gerar uma redução de custos significativos;
ii) Economia com despesas gerais e administrativas, hoje em torno de 125 milhões de reais anuais na Promed;
iii) Melhora no ticket médio, hoje em 147 reais na Promed contra média da Hapvida de 192 reais por usuário.
Não descartamos a possibilidade de mais aquisições ainda este ano, devido à forte posição de caixa da Hapvida e tendência de crescimento e ganho de mercado de operadoras verticalizadas que possuem melhor estrutura de custo, oferecendo um plano de qualidade a valores mais acessíveis à população.
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