À espera do que pode ocorrer com os juros nos EUA

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Falta apenas uma semana para a divulgação do resultado da próxima reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), versão americana do Comitê de Política Monetária (Copom). Há um consenso razoável entre os investidores de que haverá um novo corte de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros referenciais, reduzindo os Fed Funds para a faixa entre 3,75 por cento e 4,00 por cento ao ano. Se isso se confirmar, segue elevada a probabilidade de o Federal Reserve (FED), o banco central americano, reduzir novamente os juros na reunião de dezembro, encerrando 2025 com a taxa entre 3,50 por cento e 3,75 por cento ao ano.

Qual o risco de isso não ocorrer? Até agora, o governo americano segue parado. O “shutdown” iniciado no dia 1º de outubro continua, devido à ausência de acordo entre governo e oposição, e também por um interesse do presidente Donald Trump em desmontar várias estruturas governamentais. Com isso, a divulgação de indicadores relevantes como os índices de inflação e de desemprego fica prejudicada. Nos últimos meses, o FED, assim como os demais agentes econômicos, tem ficado cada vez mais dependente dos indicadores.

Sem números para trabalhar, os diretores do Fomc terão de contar com indicadores alternativos, como resultados regionais – por exemplo os índices de atividade estaduais – e até mesmo os resultados já divulgados das empresas referentes ao terceiro trimestre.

A perspectiva geral é de que os juros serão reduzidos, apesar de a inflação provavelmente seguir rodando ao redor de 2,9 por cento, bastante acima da meta de 2,0 por cento. A justificativa para isso é o desaquecimento do mercado de trabalho. No entanto, a falta de indicadores torna mais difícil medir com precisão a temperatura do emprego.

Há um consenso de mercado de que vêm ocorrendo menos contratações do que no início do ano. Porém, não é possível saber com certeza se os números são de estagnação ou de desaceleração. Ou seja, não é possível saber qual a dose de afrouxamento na política monetária deverá ser ministrada à economia. Por isso, as declarações de Jerome Powell, presidente do FED, que costuma conceder uma entrevista coletiva após a reunião, ganham importância.

Os investidores agora entram em uma contagem regressiva até o resultado da próxima quarta-feira. Até lá, os resultados das empresas vão influenciar os preços das ações.


E Eu Com Isso?

A quarta-feira começa com os contratos futuros dos índices americanos entre estáveis e em leve queda no pré-mercado, com os investidores atentos a resultados de empresas, que podem fornecer uma indicação sobre o nível de atividade da economia.

Mercados com Rafael Bevilacqua


Embraer (EMBR3) registra desempenho recorde de pedidos e entregas no 3T25

Na terça-feira (21) a Embraer (EMBR3) reportou desempenho sólido no segmento de aviação comercial no terceiro trimestre de 2025, com a carteira de pedidos atingindo 15,2 bilhões de dólares, o maior valor em nove anos. O crescimento foi de 37 por cento na comparação anual e 16 por cento em relação ao segundo trimestre, refletindo forte demanda por aeronaves da família E-Jets, especialmente o E195-E2. O livro de pedidos nos últimos 12 meses foi de 2,7 vezes, reforçando a visibilidade de receitas futuras e a solidez da carteira comercial.

No período, a companhia firmou contratos importantes com a Avelo Airlines e o Grupo LATAM. A Avelo, companhia aérea norte-americana de baixo custo, fez um pedido firme de 50 jatos E195, com opção para mais 50 unidades. A LATAM, por sua vez, encomendou 24 aeronaves, com opção de compra para outras 50. Ambos os acordos destacam a eficiência operacional do E195 e seu alinhamento com estratégias de expansão regional e otimização de frota em mercados de média densidade.

Também foi assinado um acordo com a True Noord, empresa global de leasing, envolvendo 20 jatos E195, com direito de compra para mais 20, além de 10 jatos E175. Embora ainda não esteja sendo incluído na carteira do terceiro trimestre, esse pedido será contabilizado no quarto trimestre de 2025 e deve contribuir para a continuidade do crescimento do backlog.

A Embraer entregou 20 aeronaves comerciais no trimestre, frente a 16 unidades no mesmo período do ano anterior. No acumulado de janeiro a setembro (9M25), foram entregues 46 aeronaves, representando 57 por cento do ponto médio do guidance anual entre 77 e 85 entregas, superando em dois pontos percentuais a média dos últimos cinco anos para o período. Os modelos entregues incluíram E175 para American Airlines e Republic Airlines, E190-E2 para Azorra, e E195-E2 para Porter, Azorra, Aircastle e Mexicana.

Houve apenas um cancelamento líquido no programa E175, sem impacto relevante na carteira geral. A performance reforça o avanço gradual no plano da companhia de estabilização da produção e crescimento sustentável, com efeitos mais visíveis esperados a partir de 2026.

O desempenho da Aviação Comercial no 3T25 confirma a atratividade dos produtos da Embraer e o posicionamento estratégico da empresa no segmento de jatos regionais. A carteira robusta, combinada com entregas consistentes e novos contratos relevantes, sustenta a perspectiva positiva para os próximos trimestres e reforça a contribuição do segmento para os resultados consolidados da companhia.


E Eu Com Isso?

A Embraer registrou bom desempenho em aviação comercial, com a carteira de pedidos, maior valor em nove anos e alta de 37 por cento em relação ao 3T24. O resultado foi impulsionado por pedidos firmes da Avelo Airlines 50 aeronaves e do Grupo LATAM 24 aeronaves, além de opções adicionais que somam até 100 jatos.

Para o 4T25, a Embraer deve incorporar ao contrato com a True Noord 30 jatos firmes e até 40 opcionais, o que deve sustentar o crescimento do backlog. A Aviação Comercial segue como pilar relevante da Embraer, com forte demanda por aeronaves eficientes e bom posicionamento no segmento de jatos regionais.

De maneira geral, a Embraer segue impressionando positivamente pelo volume elevado de pedidos que tem conseguido obter junto a clientes de distintas nacionalidades.

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Vamos (VAMO3) mostra crescimento robusto na prévia operacional do 3T25

A prévia operacional da Vamos (VAMO3) referente ao 3T25 trouxe resultados expressivos, reforçando a resiliência da companhia mesmo em um ambiente macroeconômico ainda desafiador. A receita líquida atingiu 1,53 bilhão de reais, crescimento de 25,2 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionada principalmente pela performance consistente no segmento de Locação, principal motor de geração de caixa e rentabilidade do grupo. A reação imediata do mercado foi positiva, com as ações da empresa chegando a subir 10 por cento no pregão desta terça-feira (21/10).

O destaque do trimestre foi o segmento de Locação, que apresentou faturamento recorde de 1,037 bilhão de reais, avanço de 11,9 por cento em base anual. O aumento da ocupação da frota e os reajustes de preços contratuais — especialmente nas renovações e extensões de prazo — contribuíram para o resultado. A companhia também ressaltou a eficiência operacional obtida com a adequação de suas equipes comerciais, o que permitiu ganhos em produtividade e uma expansão saudável das margens, mesmo com o avanço nos custos de manutenção e peças.

Outro ponto de destaque foi a forte expansão na área de Venda de Ativos (seminovos), cuja receita atingiu 392,3 milhões de reais, alta expressiva de 86,3 por cento em relação ao mesmo período de 2024. O avanço reflete não apenas uma gestão mais eficiente do ciclo de renovação da frota, mas também o fortalecimento do mercado secundário de veículos e máquinas, que tem se mostrado uma fonte relevante de geração de caixa. Já o segmento de Indústria também apresentou evolução consistente, com receita de 99,5 milhões de reais, alta de 19,1 por cento em base anual, reforçando o papel complementar dessa divisão dentro do ecossistema operacional da companhia.

Embora o trimestre tenha mostrado expansão em praticamente todas as frentes, a margem Ebitda deve apresentar leve redução em relação ao segundo trimestre, influenciada principalmente por maiores custos de manutenção e pelo mix de ativos vendidos. Ainda assim, a rentabilidade permanece em patamar saudável e compatível com o estágio de crescimento da empresa. A Vamos destacou que a estrutura de custos permanece sob controle e que as medidas de ajuste implementadas em trimestres anteriores — como otimização de frota, revisões contratuais e foco em ativos de maior rentabilidade — continuarão refletindo positivamente nos próximos resultados.

 
E Eu Com Isso?
 
A companhia manteve seu guidance para 2025, que prevê lucro líquido entre 300 milhões e 450 milhões de reais e Ebitda entre 3,5 bilhões e 3,9 bilhões de reais, com alavancagem entre 3,1x e 3,4x dívida líquida/Ebitda. O cenário reforça o compromisso da gestão com uma estratégia de crescimento sustentável, baseada em escala operacional, disciplina financeira e rentabilidade. A manutenção das metas em um contexto de expansão da receita e aumento do faturamento em todas as divisões sinaliza confiança no modelo de negócios e maior visibilidade sobre a demanda futura — fatores essenciais para o fortalecimento da tese de longo prazo da companhia.

Em síntese, a prévia do 3T25 confirma que a Vamos vem demonstrando consistência no crescimento da receita, controle de custos e resiliência operacional, mesmo sob condições adversas. Com o início esperado de um ciclo de afrouxamento monetário a partir de 2026, a tendência é que o custo de capital reduza e o mercado de locação ganhe ainda mais tração, ampliando margens e impulsionando o ritmo de expansão da companhia. Nesse contexto, a Vamos mantém-se bem-posicionada para acompanhar esse movimento, com potencial para capturar oportunidades relevantes e consolidar sua presença em um mercado cada vez mais competitivo.





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