Na última quarta-feira (31/jul), o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa de juros do Brasil em 50 pontos base. Assim, a a taxa Selic atingiu o mais baixo nível da história do Brasil: 6,0% ao ano.
Essa mesma taxa (Selic) ficou em 14,25% de julho de 2015 até agosto de 2016. Em três anos, a tesoura do Banco Central cortou os juros brasileiros em impressionantes 825 pontos base.
A taxa de juros caiu de 1,12% ao mês para 0,49% ao mês em julho de 2019. Tal mudança definitivamente confirmou a morte da cultura do CDI. Eu escrevi sobre o assunto nesta coluna aqui.
Projeção Relatório Focus
Segundo a previsão do relatório Focus do Banco Central, a taxa Selic deverá cair ainda mais e vai atingir 5,5% no final de 2019, se mantendo neste patamar até final de 2020.
Alguns economistas do mercado têm projeções de taxa de juros em patamares ainda mais baixos no final de 2019: Banco Itaú com Selic de 5,0% e Bank of America/Merril Lynch com 4,75%.
Estão programadas apenas mais três reuniões do Copom em 2019, que decidirão por mais cortes (ou não) na taxa de juros Selic. A tesoura “vai cantar”, meus caros.
O fim da cultura do CDI
Esse novo corte na taxa de juros Selic para 6% ao ano jogou uma pá de “call” (me desculpem o inevitável trocadilho) na cova do velho CDI como alternativa de investimento.
A vida do rentista que já não estava das melhores, agora ficou ainda mais difícil. Não tem mais a moleza do “bom, bonito e barato” nas aplicações financeiras, ou seja, o dinheiro investido em juros pós-fixados (CDI) não tem mais liquidez imediata, baixo risco e alto rendimento.
Fim do “overnight”
A economia brasileira sempre foi muito indexada e atrelada à taxa de juros (CDI) desde a época do “overnight” nos tempos da hiperinflação.
Assim, o rendimento das aplicações financeiras sempre foi analisado em relação ao benchmark (base de comparação), que sempre foi o CDI.
Portanto, o investidor brasileiro nunca pensou no retorno do seu portfólio de investimentos em termos absolutos ou em termos reais (descontada a inflação). As aplicações financeiras tradicionais de renda fixa (CDBs de bancos, fundos de investimentos e títulos públicos) sempre tiveram o seu desempenho medido em relação ao CDI (% do CDI). O ideal, inclusive, é que parássemos de falar em percentual do CDI. Nos Estados Unidos não se fala em percentual do Fed funds e nem em qualquer outro país desenvolvido.
O brasileiro ficou acostumado com “número mágico” de 1% ao mês de rendimento da renda fixa (aluguel). Afinal, a taxa de juros era alta, o que significava rendimento alto, com baixo risco e liquidez imediata. Como diria a música do Roberto Carlos: “Daqui pra frente tudo vai ser diferente”.
Curva de juros futura
A taxa de juros futura longa DI Jan 2025 saiu do patamar de 9% ao ano no começo de 2019. Atualmente, está em 6,9% ao ano, redução de quase 200 pontos base. Isso indica claramente a queda adicional na taxa de juros no futuro.
Na ponta do lápis
Agora, caro leitor, irei demonstrar com exemplos numéricos o impacto de uma menor taxa de juros no seu bolso:
R$ 100 mil aplicados num CDB de um grande banco (com taxa equivalente a 100% do CDI) teria rendimento bruto (sem imposto de renda) de R$ 14.250 durante o ano todo de 2016 (considerando o CDI de 14,25% vigente na época).
Com a atual taxa Selic a 6,0% ao ano, o mesmo rendimento bruto seria reduzido para R$ 6.000, 58% a menos do que o rendimento de 2016.
Quer ganhar mais? Então corra mais risco
Com o fim da cultura do CDI, para se chegar ao mesmo rendimento de 2016, será necessário correr mais risco.
Neste cenário, será fundamental aprender como investir em ações. Chegou a hora do brasileiro aumentar o risco nos seus investimentos. Eu também já escrevi um artigo sobre o assunto aqui.
Investimento em ações está apenas começando
Os fundos de ações já captaram R$ 23,5 bilhões nos seis primeiros meses de 2019. Em junho, tinham patrimônio total de R$ 367,5 bilhões. Somente como base de comparação: a caderneta de poupança tinha saldo de R$ 792,9 bilhões no mesmo período. Isso significa quase o dobro do montante investido nos fundos de ações!
Os fundos dedicados exclusivamente a ações ainda representam apenas 7,3% do total dos recursos aplicado na indústria de fundos de investimento (R$ 5,921 trilhões), segundo dados da Anbima. Acredito que os fundos de ações podem retomar o patamar de 12% do total de fundos alcançado em 2009.
O aumento da alocação em renda variável (ações) será impulsionado pelo baixo e sustentável nível da taxa de juros, retomada do crescimento econômico, realização das tão necessárias reformas (não apenas da previdência, mas também a tributária) e a reconquista do grau de investimento.
Antes tarde do que nunca
O momento macroeconômico e político nunca foi tão favorável para o corte sustentável da taxa de juros no Brasil. O tripé macroeconômico (inflação sob controle, retomada do crescimento do PIB esperado de 2,1% em 2020 e conta públicas em ordem, com redução do déficit) junto com a aprovação da reforma da Previdência pavimentaram o caminho para o Brasil reconquiste o grau de investimento no segundo semestre de 2020.
A cultura do CDI morreu, o país não. Pelo contrário, o Brasil está no caminho certo para retomar o crescimento econômico. Portanto, ainda há muitas oportunidades em renda variável.
Novo projeto
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Bons lucros.
Um grande abraço,
Eduardo Guimarães