Menu do dia: Hot-dólar e cautela
O período de correção e queda das bolsas internacionais segue seu curso. Dessa forma, o S&P 500, índice que lista as 500 maiores empresas dos EUA, caiu -2,7 por cento desde a semana passada e -3,2 desde sua alta em primeiro de maio. Tal queda dos índices sinaliza a perda de apetite dos investidores, que nos últimos dias ainda tiveram que digerir algumas incertezas. São: a) a vitória dos candidatos eurocéticos nas eleições para o parlamento europeu na maioria dos países, que ocupando um maior número de cadeiras em Bruxelas podem azedar os sonhos mais doces do projeto unionista; b) a renúncia de Thereza May, primeira ministra britânica que pendurou o avental e deixou cru o plano de saída do Reino Unido da União Européia, o Brexit; e c) as tensões entre China e Estados Unidos que parecem migrar do menu comercial para o geopolítico.
Assim, quando tudo parece incerto, sabe o que acontece? O fluxo de recursos no mundo procura refúgio no dólar. O dólar é a moeda de reserva internacional, da maior economia do mundo. Portanto, é única moeda entre as desenvolvidas que demonstra alguma capacidade de recuperação. Isso desde a crise de 2009. Àquela época, os investidores, acuados, correram em massa para o dólar, acendendo a atual tendência de alta em longo prazo.
Para dar mais sustância e calorias à nossa tese, a esmagadora maioria dos títulos de dívidas emitidos internacionalmente está em… sim, em dólar. Só a dívida de países e empresas dos mercados emergentes somam 11 trilhões de verdinhas, de acordo com o BIS, Bank of International Settlements, instituição sediada em Basel, na Suíça, que age como o banco central dos bancos centrais.
E Eu Com Isso?
A persistência desta situação de incertezas será positiva ao dólar e provavelmente bem amarga ao euro e às moedas dos países emergentes. Em sua carteira, independente do seu perfil e estratégia, sempre precisará ter dólar ou ativos ligados a moeda, se você não faz parte desse grupo, tenha certeza que está errado!