Ibovespa enfileira recordes à espera do Copom

O dia começa com os principais índices acionários em leve baixa na Ásia e na Europa. Os analistas consideram esse movimento recente como uma correção técnica, devido à percepção dos investidores de que os mercados de ações podem ter ficado excessivamente valorizados.

O destaque do dia entre os indicadores internacionais será a divulgação do relatório ADP sobre o mercado de trabalho nos EUA. A pesquisa traz a leitura sobre o número de vagas de emprego criadas no setor privado em outubro. A mediana das projeções indica criação de 32 mil novos postos de trabalho, após uma queda líquida de 32 mil em setembro.

A agenda também conta com a divulgação dos indicadores antecedentes de atividade, os PMIS compostos para diversas econômicas. Nos EUA é destaque o PMI calculado pelo ISM, com particular atenção ao setor de serviços.

No Brasil, o destaque é o segundo dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A quase totalidade dos investidores, 98,03 por cento, espera a manutenção da taxa referencial Selic em 15 por cento ao ano. O interesse do mercado é sobre o Comunicado que segue a decisão.

O cenário mais provável é a manutenção de um tom duro por parte do Banco Central (BC), reafirmando que a desancoragem das expectativas de inflação requer uma taxa em patamar restritivo por um tempo prolongado.

No entanto, como o relatório Focus vem trazendo há seis semanas reduções na inflação esperada para 2025, as expectativas de inflação projetadas pelo modelo do BC podem trazer uma notícia positiva, indicando um horizonte de tempo mensurável para o início do afrouxamento da política monetária.

A curva de juros segue precificando que há probabilidade relevante de que o início do ciclo de corte de juros comece em janeiro, com um corte de 25 bps e cortes sequenciais de 50 bps, com um ajuste total na ordem de 200bps nos primeiros meses de 2026.

E Eu Com Isso?

Após uma abertura em queda na manhã da terça-feira (04), o Ibovespa fechou em alta de 0,17 por cento, aos 150.704 pontos, marcando um novo recorde. Foi o quinto dia consecutivo em que o Ibovespa quebra sua máxima histórica intradia e a sétima sessão em sequência que renova o maior patamar de fechamento. Também foi o décimo pregão seguido em alta, algo que não acontecia desde os 11 pregões entre 1º e 15 de julho de 2024. Apesar de os mercados da véspera terem aberto indicando uma correção, os investidores seguem otimistas.

As perspectivas são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade




Klabin (KLBN11) divulga resultados do 3T25 com queda do endividamento


A Klabin (KLBN11) divulgou na terça-feira (04) seus resultados financeiros referentes ao 3T25. Os números vieram em linha com as projeções do mercado, refletindo leve melhoria operacional e cenário global desafiador.

No trimestre, o volume total de vendas somou 1,067 milhão de toneladas, incluindo papel, celulose e embalagens — aumento de 14 por cento em relação ao mesmo período de 2024. A composição das vendas foi dividida da seguinte forma: celulose branqueada (37,6 por cento), papéis (35,1 por cento) e embalagens (27,3 por cento).

Os preços da celulose recuaram no mercado internacional ao longo do 3T25. Na China, o preço caiu 7 por cento para fibra longa e 9 por cento para fibra curta; na Europa, as baixas foram de 5 por cento e 12 por cento, respectivamente. O preço médio da Klabin em dólar caiu 8 por cento neste mesmo período, beneficiado pela maior resiliência do fluff, e pelo melhor mix geográfico.

A receita líquida atingiu 5,43 bilhões de reais no 3T25, alta de 9 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior. O custo dos produtos vendidos foi de 3,9 bilhões de reais, resultando em um lucro bruto de 2,06 bilhões de reais — avanço de 6 por cento na comparação anual.

As despesas operacionais totalizaram 700,6 milhões de reais, redução de 3 por cento em relação ao 3T24, por conta de variação positiva na linha de outras receitas e despesas.

O EBITDA ajustado somou 2,12 bilhões de reais, apresentando aumento de 17 por cento na base anual. No acumulado dos últimos 12 meses, o EBITDA alcançou 8,2 bilhões de reais, o que implica um múltiplo EV/EBITDA de 5,3 vezes.

A dívida líquida da companhia encerrou o trimestre em 26,1 bilhões de reais, redução de 12 por cento quando comparado ao ano anterior, com uma alavancagem de 3,3 vezes o EBITDA. A Klabin reforçou seu compromisso com a redução gradual do endividamento ao longo de 2025, essa redução foi o principal destaque positivo deste exercício.

O resultado financeiro foi negativo em 670 milhões de reais, 66 por cento acima do registrado no mesmo trimestre do ano anterior, por conta da elevação da taxa básica de juros.

O lucro líquido do trimestre foi de 478 milhões de reais. A projeção para os próximos 12 meses é de um lucro acumulado de 2,3 bilhões de reais. Com isso, as ações da Klabin estão sendo negociadas atualmente a um múltiplo P/L de 10 vezes.


E Eu Com Isso?

Os resultados da Klabin no terceiro trimestre de 2025 podem ser classificados como mistos. Apesar do avanço do EBITDA em relação ao mesmo período do ano anterior, o aumento das despesas financeiras neutralizou os ganhos.

No curto prazo, a companhia sinaliza foco na desalavancagem financeira, após concluir um robusto ciclo de investimentos nos últimos anos. A redução da dívida ao longo de 2025 é considerada um movimento estratégico importante, contribuindo para o fortalecimento da estrutura de capital e maior flexibilidade financeira.

Além disso, a Klabin anunciou a distribuição de proventos no valor de 26 centavos por unit, o que representa uma renda em forma de proventos de 1,3 por cento com base na cotação atual. Para o ano de 2025, o dividend yield estimado é de aproximadamente 6,0 por cento, reforçando o caráter atrativo dos papéis para investidores que buscam renda.

De maneira geral, mantemos uma visão positiva para as ações de KLBN11.



Iguatemi (IGTI11) avança com crescimento sólido, margens fortes e desalavancagem no 3T25

A Iguatemi (IGTI11) apresentou um 3T25 bastante positivo, consolidando mais um trimestre de crescimento consistente e evolução operacional dentro de um ciclo de sólida demanda por consumo de alta renda. A receita líquida ajustada cresceu 17,7 por cento a/a, impulsionada por indicadores operacionais saudáveis e elevada performance de vendas em sua base de ativos prime. O EBITDA avançou 28,2 por cento a/a para 286,7 milhões de reais, refletindo eficiência operacional, incremento de receita e maior diluição de custos, enquanto o lucro líquido somou 120,9 milhões de reais, alta de 19,5 por cento a/a, reforçando a resiliência do segmento de luxo e lifestyle no Brasil e a estratégia de posicionamento premium da companhia, mesmo em um ambiente macro ainda desafiador.

A performance de vendas foi destaque: o portfólio registrou 6,0 bilhões de reais em vendas totais, crescimento de 22,5 por cento a/a, refletindo tráfego qualificado e bom desempenho das categorias core da Iguatemi. As vendas mesmas lojas (SSS) cresceram 5,8 por cento e as vendas mesmas áreas (SAS) avançaram 9,0 por cento na mesma base de comparação, demonstrando a capacidade da companhia de ampliar produtividade e capturar tendência estrutural de consumo high ticket e maior frequência em seus empreendimentos.

Do lado de locação, a Iguatemi também apresentou métricas saudáveis. Os aluguéis mesmas lojas (SSR) cresceram 7,1 por cento e os aluguéis mesmas áreas (SAR) avançaram 7,5 por cento a/a, refletindo maior maturação dos ativos, negociações bem-sucedidas com lojistas e reajustes ligados ao desempenho operacional. A combinação de vendas fortes e repasse de preços evidencia a capacidade da companhia de capturar valor via contratos sólidos e um mix de lojistas de alta performance, preservando margens e rentabilidade mesmo em um cenário de competição crescente no varejo físico com o digital.

O EBITDA ajustado avançou 28,2 por cento a/a e atingiu 286,7 milhões de reais, com expansão de margens refletindo controle disciplinado de despesas, crescimento de receita e ganho de escala. A performance operacional robusta demonstra a qualidade do portfólio da Iguatemi e a capacidade de capitalizar experiências premium. O foco em eficiência operacional, na otimização do mix de marcas e em investimentos estratégicos na modernização dos empreendimentos segue apoiando a expansão sustentável da rentabilidade.

A alavancagem encerrou o trimestre em 1,64x Dívida Líquida/EBITDA ajustado, uma redução significativa de 0,26 p.p. em relação ao 2T25, beneficiada pela forte geração operacional e pela gestão ativa de capital. Ao desconsiderar os efeitos da venda dos shoppings Market Place e Galleria, e refletindo a conclusão da venda de participação em ativos para Funcef e RBR, o indicador ficou em 1,84x — ainda confortável e em trajetória de queda. A redução da alavancagem aumenta a flexibilidade da Iguatemi para seguir executando seu plano estratégico de investimentos seletivos, reforçando a disciplina financeira como pilar central da companhia.

 
E Eu Com Isso?
 
O trimestre reforça nossa visão positiva para a Iguatemi: o segmento premium de shoppings segue resiliente, apoiado em consumidores com alta capacidade de consumo, exposição menor a juros e menor sensibilidade a ciclos econômicos. A companhia segue fortalecendo sua estratégia omnicanal, com iniciativas para integrar plataformas digitais, programas de relacionamento e experiências exclusivas, enquanto aprofunda o relacionamento com marcas globais e o ecossistema de luxo no Brasil.

Em nossa visão, o 3T25 reforça a consistência de execução da Iguatemi, com crescimento de receita e vendas acima da média do setor, aluguéis em trajetória positiva, margens robustas e desalavancagem. O portfólio maduro, exposto ao consumo de maior renda e ao segmento premium, segue como pilar de geração de caixa e resiliência operacional. Com boa visibilidade para expansão gradual de margens e aceleração das vendas no quarto trimestre, a Iguatemi permanece bem-posicionada para capturar o ciclo positivo do varejo de alta renda e fortalecer sua estratégia de longo prazo.



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