Na noite da quarta-feira (22), após o fechamento dos mercados, a Secretaria do Tesouro (equivalente ao Ministério da Fazenda) dos Estados Unidos anunciou novas sanções às duas maiores petrolíferas russas, a Rosneft e a Lukoil. Juntas, as duas companhias respondem por cerca de 5 por cento da produção global de petróleo, e são controladas por amigos e aliados do presidente Vladimir Putin.
Ambas são empresas com atuação para além da Rússia. A Rosneft é bastante ativa na Índia, um dos maiores compradores do petróleo russo, e a Lukoil está desenvolvendo campos petrolíferos no Iraque e vem ampliando sua atuação no Oriente Médio.
Com as sanções, o governo de Washington poderá congelar e bloquear ativos dessas empresas que estão fora da Rússia e ao alcance de empresas e bancos americanos. A intenção, afirmou Scott Bessent, secretário do Tesouro (equivalente a Ministro da Fazenda) dos Estados Unidos, é impedir que a Rússia “financie sua máquina de guerra”.
As sanções foram decretadas após o fracasso da tentativa de encontro entre Donald Trump e Putin, em uma reunião que ocorreria em Budapeste, capital da Hungria, para tentar pôr fim ao conflito na Ucrânia. A expectativa é que as sanções levem as refinarias da Índia a reduzir as compras de petróleo russo. O país asiático está sujeito a tarifas de 50 por cento em suas exportações para os Estados Unidos e está negociando um acordo de comércio para facilitar as transações entre empresas indianas e americanas.
Como resultado das sanções, os preços dos contratos futuros de petróleo estão subindo bastante. O barril do petróleo do tipo Brent, referência para o mercado europeu e para a Petrobras, está em alta de 5,4 por cento a 65,50 dólares ao passo que o barril de petróleo tipo WTI, referência para o mercado americano, avança 5,7 por cento para 61,81 dólares.
No entanto, apesar da alta das cotações devido às medidas de Washington, os contratos futuros dos índices americanos estão estáveis e até com leves altas no pré-mercado. A razão disso é que, mesmo subindo cerca de 5 por cento nesta manhã, as cotações do petróleo estão em queda. Em 12 meses, as cotações do Brent recuam 12,1 por cento, e as do WTI têm uma baixa ainda maior, de 13,9 por cento. Ou seja, o impacto da alta dos preços na inflação e nos juros nos Estados Unidos e na Europa ainda é, por enquanto, muito pequeno.
E Eu Com Isso?
Os investidores internacionais estão atentos aos resultados referentes ao 3T25 que estão sendo divulgados pelas principais empresas americanas. Alguns números vieram decepcionantes, o que pode comprometer o desempenho das ações neste pregão.
As notícias são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade
WEG (WEGE3) abre a temporada de resultados do 3º trimestre de 2025 Na quarta-feira (22), a WEG (WEGE3) divulgou seus resultados referentes ao terceiro trimestre de 2025, registrando receita líquida de 10,3 bilhões de reais, o que representa uma expansão de 4,2 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior. O crescimento da receita desacelerou, em parte, devido ao fortalecimento do real frente ao dólar, considerando que aproximadamente 61 por cento das receitas da empresa são provenientes do mercado externo. Os custos dos produtos vendidos da companhia totalizaram 6,8 bilhões de reais no trimestre, alta de 5,6 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior. Como resultado, o lucro bruto foi de 3,45 bilhões de reais, um crescimento de 1,5 por cento frente ao 3T24. As despesas operacionais somaram 1,2 bilhão de reais, um aumento de 9 por cento em comparação ao terceiro trimestre do ano passado. Assim, a WEG reportou um EBITDA de 2,28 bilhões de reais, um avanço de 2,3 por cento sobre o mesmo período de 2024. No acumulado dos primeiros nove meses de 2025, o crescimento do resultado operacional foi de 9,7 por cento em relação ao mesmo período de 2024. Para o ano de 2025, a projetamos um EBITDA de 9,3 bilhões de reais para a WEG, o que coloca a empresa negociando a uma relação EV/EBITDA de aproximadamente 17 vezes. Essa avaliação indica a necessidade de a companhia manter um ritmo elevado de crescimento para cumprir as expectativas embutidas em seu valuation atual. As despesas financeiras totalizaram 882 milhões de reais, um aumento de 86 por cento em relação ao ano anterior, principalmente devido à variação cambial, uma vez que grande parte do caixa da empresa está em moeda estrangeira. Dessa forma, a WEG reportou lucro líquido de 1,65 bilhão de reais no trimestre, crescimento de 4,5 por cento em relação ao mesmo período de 2024. Para o ano de 2025, as projeções indicam lucro de 6,7 bilhões de reais, o que coloca a empresa com uma relação preço/lucro (P/L) de 25 vezes para o ano. Isso reforça a expectativa do mercado de que a WEG continuará apresentando um bom ritmo de crescimento nos próximos anos. O fluxo de caixa das atividades operacionais somou 4,2 bilhões de reais nos primeiros nove meses de 2025, uma redução de 10 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa queda foi influenciada, principalmente, pelo aumento no saldo da conta de fornecedores. Nas atividades de investimento, o fluxo de caixa líquido totalizou 20,4 bilhões de reais, representando uma queda de 33 por cento em comparação ao ano anterior. Ainda assim, o Fluxo de Caixa Livre para credores e acionistas foi de 2,2 bilhões de reais, crescimento de 29,4 por cento em relação ao mesmo período de 2024. A companhia distribuiu 3,2 bilhões de reais em proventos nos últimos nove meses, o que equivale a um Dividend Yield de 2,1 por cento, reforçando seu compromisso com a remuneração ao acionista. E Eu Com Isso? No terceiro trimestre de 2025, a WEG apresentou resultados em linha com as expectativas. Destacamos que a companhia segue bem-posicionada para manter um ritmo consistente de crescimento, apoiada em sua diversificação de atuação e estrutura produtiva eficiente. A empresa conta com um footprint fabril amplo e estratégico no segmento de motores de baixa tensão e componentes, com unidades verticalizadas e intercambiáveis. Essa flexibilidade operacional permite à WEG realocar sua produção entre diferentes plantas conforme a demanda e a competitividade de cada região — como, por exemplo, transferir volumes do Brasil para o México ou utilizar capacidade ociosa nos Estados Unidos para fabricação local. Apesar de essa realocação poder gerar certa pressão de custos no curto prazo, trata-se de uma medida pontual e tática, com impacto limitado frente aos benefícios estruturais que a flexibilidade oferece. Para investidores com foco de longo prazo, momentos de transição como o atual podem representar boas oportunidades de entrada. A tese de investimento na WEG contínua sustentada por fundamentos sólidos, forte exposição a tendências globais relevantes — como eficiência energética, automação e transição energética — além de um histórico consistente de execução e entrega de resultados. |
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23 de outubro de 2025
