Na manhã desta quinta-feira (13), a BRF (BRFS3), dona das marcas Sadia e Perdigão, comunicou ao mercado a celebração de um memorando de entendimentos com o PIF (Public Investment Fund), fundo de investimento soberano da Arábia Saudita e um dos maiores do mundo.
Segundo o comunicado, será criado uma joint venture entre a BRF e o PIF para a atuação na cadeia completa de produção de frangos na Arábia Saudita, promovendo a venda de produtos frescos, congelados e processados. O acordo ainda inclui um núcleo de negócios halal no país.
Os investimentos necessários para o projeto são estimados em aproximadamente US$ 350 milhões, sendo a participação da BRF na joint venture de 70%, com os 30% restantes pertencentes ao PIF.
E Eu Com Isso?
A parceria da BRF com o fundo saudita é positiva para a empresa, ampliando sua presença na região do Golfo Pérsico, importante região consumidora de frango. Porém, há ressalvas com relação ao projeto da companhia, principalmente por conta de seu nível de endividamento atual.
Apesar dos quase R$ 7 bilhões em caixa no fechamento do terceiro trimestre, a alavancagem da companhia (dívida líquida/ Ebitda) está acima de 3 vezes, patamar considerado alto. A BRF foi muito afetada pela alta dos grãos em 2021, o que aumentou seus custos e comprimiu suas margens.
Para reforçar sua estrutura de capital, diminuindo sua alavancagem e possibilitando investimentos estratégicos, como é o caso da JV (Joint Venture), a BRF já anunciou a intenção de realizar um follow-on, podendo captar cerca de R$ 6,6 bilhões. A assembleia que deve aprovar o aumento de capital está marcada para a próxima segunda-feira.
O mercado gostou da possibilidade do aumento de capital, apesar da forte diluição dos atuais acionistas, com suas ações tendo subido fortemente desde então.
Porém, ainda permanecemos cautelosos com a companhia, por conta do atual momento de alta de custos e da limitada capacidade da companhia de repassar esses aumentos, devido ao atual cenário econômico brasileiro. No caso da JV, seus resultados só devem aparecer no longo prazo.
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