Após a abertura de capital da Lojas Quero-Quero (LJQQ3), a companhia viveu um período de rápida expansão na receita, chegando a crescer 40% a/a em 2020. No ano de 2021, o crescimento sofreu uma desaceleração, mas ainda se manteve na casa dos dois dígitos.
No entanto, a ação da companhia caiu mais de 35% no ano, acompanhando o restante do varejo, com o temor dos impactos da inflação e da taxa de juros nos resultados da empresa.
Segundo o CEO da rede, Peter Fukuzawa, a projeção para o próximo ano é de um cenário mais difícil, mas mantém a projeção de 70 aberturas em 2022, podendo chegar ao número de 80-85 lojas. Parte das novas aberturas será no estado de São Paulo, onde a rede abriu sua primeira loja na semana passada. Até agora, a companhia tem 50 pontos contratados, sendo 15 em São Paulo.
A empresa ainda espera surfar um momento de expansão do mercado de construção civil, mas alerta que os juros altos e a renda em queda tendem a prejudicar o consumo.
Além disso, o crédito mais caro com a alta da Selic tem efeito direto na Lojas Quero-Quero. A estimativa é que 1/3 do lucro bruto da empresa venha da operação de seu cartão de crédito, o VerdeCard.
E Eu Com Isso?
Mesmo com as dificuldades que o setor enfrenta no curto prazo, a companhia mantém a projeção agressiva de abertura de lojas, continuando com a estratégia de operar em cidades de até 300 mil habitantes, onde seus concorrentes são majoritariamente lojas de bairro.
O modelo de negócios, semelhante às lojas de departamento nos EUA, não é comum no Brasil, mas tem se mostrado assertivo em cidades menores, com menos oferta de grandes redes varejistas.
A companhia aproveita a desbancarização da população dessas cidades e oferta crédito para os clientes, utilizando inclusive um cartão próprio, que corresponde a grande parte das vendas da Lojas Quero-Quero.
O desafio agora é replicar o modelo que deu certo no Sul do país no maior mercado consumidor do Brasil, o estado de São Paulo.
Apesar da proximidade geográfica, a cultura da Região Sul é substancialmente diferente de São Paulo e do restante do país. Por isso, a expansão tem de ser realizada de maneira lenta e gradual, estudando a fundo as cidades e pontos novos de venda, ao mesmo tempo que suas lojas abertas recentemente atinjam a maturidade.
—
Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.
—