A Petrobras (PETR3/PETR4) anunciou na noite desta quarta-feira (24) que o Conselho de Administração da companhia aprovou o Plano Estratégico para 2022 a 2026. O plano prevê investimentos de US$ 68 bilhões, um aumento de 24% em relação ao último plano, e métricas de avaliação ESG.
Do montante total que será investido, 84% será alocado na exploração e produção de óleo e gás (E&P), totalizando US$ 57 bilhões.
Desse capex de E&P, cerca de dois terços serão destinados ao pré-sal, ativo mais rentável da companhia. Depois do pré-sal, a área que receberá mais investimentos é o de refino, com previsão de investimento de US$ 6,1 bilhões, um aumento de 52% em relação ao plano anterior.
O plano ainda prevê cerca de US$ 1,8 bilhão em medidas para a descarbonização das operações, 1,8 e US$ 1 bilhão para comercialização e logística, e gás e energia, respectivamente.
Na gestão de portfólio da companhia, são esperados desinvestimentos entre US$ 15 bilhões e US$ 25 bilhões, oriundos de ativos que não fazem parte do core business da estatal. Esses desinvestimentos serão fundamentais para a manutenção da dívida abaixo de US$ 65 bilhões, patamar estipulado pelo plano, e para a continuidade na distribuição de proventos por parte da companhia.
Mesmo com os desinvestimentos, a Petrobras ainda estima um aumento gradual na sua produção nos próximos anos, saindo de 2,1 milhões de barris de óleo dia para 2,6 em 2026. A expectativa da companhia é que em 2026, 100% da produção seja concentrada em águas profundas e ultraprofundas, contra 92% em 2022. Já a produção do pré-sal deve representar 79% do total no fim do período.
A estatal também focou seu plano em metas ESG, e para alinhar os interesses para o atingimento dessas metas, três métricas terão impacto na remuneração dos executivos e de todos os colaboradores da empresa em 2022.
Essas métricas são: i) Indicador de atendimento às metas de emissões de gases de efeito estufa (IAGEE) de 100%; ii) Volume vazado de óleo e derivados (VAZO), com limite de alerta de 120 metro cúbicos; iii) Delta do EVA consolidado de US$ 2 bilhões. As métricas estão em linha com o compromisso de descarbonização da companhia.
Ainda na noite de quarta-feira, a Petrobras divulgou sua nova política de remuneração aos acionistas, que prevê um pagamento mínimo de dividendos anual e a distribuição dos proventos trimestralmente. Serão distribuídos no mínimo US$ 4 bilhões anualmente caso o Brent esteja acima de US$ 40 o barril.
Já quando a companhia tiver uma dívida bruta menor que sua meta (como é o caso no momento), serão distribuídos 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos.
A Petrobras ainda comunica que dividendos extraordinários poderão ser distribuídos independente de seu endividamento, desde que não comprometa sua sustentabilidade financeira.
A apresentação do Plano Estratégico ocorre na manhã desta quinta-feira (25), onde maiores detalhes serão divulgados.
E Eu Com Isso?
Vemos como positiva a estratégia da companhia de acelerar seus investimentos, especialmente no pré-sal, visto a transição energética em vigor no mundo, saindo de fontes poluentes como o petróleo para fontes renováveis.
A expectativa é que a demanda mundial de petróleo tenha uma queda ao longo das próximas décadas, portanto, novos projetos nessa área devem ser realizados o mais rápido possível, visando a boa rentabilização dos mesmos.
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