O Dia de Ação de Graças (Thanksgiving) é uma das mais sólidas tradições americanas. Tem origem nos tempos coloniais, e é uma derivação das antigas festas da colheita. Encerrada a safra e garantidas as provisões para o inverno era hora de agradecer.
Atualmente a importância religiosa deu lugar à comercial. O Thanksgiving celebra-se em uma quinta-feira e é o maior feriado prolongado por lá – são quatro dias de folga. Para animar mais a folia, o dia seguinte é a Black Friday, data em que o comércio é mais movimentado.
A celebração abrevia os negócios no mercado e baixa a liquidez, pois desestimula os investidores e gestores de recursos a assumir grandes posições e se arriscarem a ser surpreendidos por notícias ruins enquanto os pregões estão inoperantes.
Isso tende a elevar a volatilidade dos preços, pois quando há menos negócios, qualquer transação um pouco maior pode afetar as cotações. E a semana será marcada por vários pontos de atenção.
Em primeiro lugar, prosseguem as discussões na Europa sobre o retorno das medidas de restrição. Como a cobertura vacinal é considerada insuficiente e o número de infectados vem crescendo, Áustria e Holanda já decretaram medidas de isolamento social e o governo alemão vem estudando a ideia.
Isso poderá comprometer tanto a recuperação esperada para este ano quanto a normalização prevista para 2022. As expectativas vinham sendo de que o ano que vem não teria problemas com a Covid-19, mas essa visão está sendo revista.
Do outro lado do Atlântico há outras discussões. A expectativa é que o presidente americano Joseph Biden anuncie nos próximos dias quem será o escolhido para mais quatro anos à frente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.
São grandes as probabilidades de recondução de Jerome Powell, e a outra possibilidade é uma das diretoras, Lael Brainard, que está no Fed desde 2014 e é considerada mais tolerante com a inflação que o tolerante Powell.
Ou seja, esta será uma semana movimentada no mercado internacional, com uma tendência de volatilidade amplificada.
No entanto, se a história se repete, há pelo menos um ponto positivo. As estatísticas mostram que, desde 1950, os cinco últimos pregões de novembro são um momento de valorização das ações nos Estados Unidos.
Relatório Focus
A edição do Relatório Focus divulgada pelo BC (Banco Central) nesta segunda-feira mostra que as expectativas dos investidores com relação à inflação para 2021 superaram 10% e estão em 10,12%, ante 9,77% na edição anterior e 8,96% há quatro semanas.
A inflação esperada para 2022 subiu para 4,96%, ante 4,79% na edição anterior. A projeção para a Selic no fim deste ano segue inalterada em 9,25%, mas a expectativa para 2022 avançou para 11,25% ante 11% na semana passada e 9,50% há quatro semanas.
E Eu Com Isso?
A semana começa com os contratos futuros de Ibovespa em alta, seguindo o movimento de valorização dos contratos futuros do índice americano S&P 500. No entanto, a sessão deve ser marcada por volatilidade devido ao volume potencialmente menor.
As notícias são positivas para a bolsa em um cenário de volatilidade.
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