Na quinta-feira (04), após o fechamento de mercado, foram divulgados os resultados do 3T21 da Engie. Os números vieram contidos, com EBITDA ajustado abaixo das expectativas, impactados principalmente devido ao atual cenário de escassez hídrica.
A companhia reportou um avanço de 5,6% ano contra ano de sua receita operacional líquida, registrando R$ 3,4 bilhões no trimestre. A alta foi impulsionada, principalmente, pelo avanço nas transações realizadas no mercado de curto prazo, principalmente na CCEE.
Adicionalmente, a linha também se beneficiou da maior remuneração dos ativos financeiros relativos ao pagamento pela outorga das concessões das Usinas Hidrelétricas Jaguara e Miranda, destinadas ao ACR (Ambiente de Contratação Regulada), em razão da maior inflação entre os trimestres analisados.
Em relação ao seu EBITDA, a Engie apresentou uma alta de 22,1% no ano contra ano, registrando R$ 1,7 bilhão. A soma, no entanto, quando ajustada pelo impacto negativo do fator de ajuste do MRE (mecanismo de realocação de energia) para a repactuação do risco hidrológico (GSF) no período e também ajustada pela reversão de provisões na usina térmica Jorge Lacerda e na usina de cogeração Lages, é bem menos expressiva, de aproximadamente R$ 1,0 bilhão – abaixo do consenso de mercado.
Além disso, a linha ainda foi impactada por um aumento de suas despesas operacionais, motivadas principalmente devido a maior pressão inflacionária e devido ao seu plano de demissão voluntária, que gerou despesa de R$ 24 milhões no período.
No tocante ao seu lucro líquido, a companhia registrou um aumento de 30,4% ano contra ano, totalizando R$ 639 milhões no trimestre. A linha foi impulsionada devido à forte, porém esperada, equivalência patrimonial na TAG, de R$ 152 milhões no período.
E Eu Com Isso?
Os números da Engie vieram fracos, abaixo das expectativas, tendo sido severamente impactados pelo atual quadro de crise hidrológica.
Apesar do aumento da pluviosidade em outubro, a expectativa é que ainda iremos enfrentar um período de estiagem para o próximo ano, o que seguirá prejudicando as geradoras concentradas em hídricas.
Dessa forma, esperamos um impacto negativo no preço das ações da companhia (EGIE3) para o curto prazo.
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