Na madrugada desta segunda-feira (26), o sell-off (movimento forte e generalizado de venda dos ativos) das ações chinesas do setor de educação privada e tecnologia se estendeu, dando continuidade às perdas da última sexta-feira (23).
O índice Hang Seng, de Hong Kong, fechou em queda de mais de 4%, a maior em meses.
Na última semana, reguladores chineses publicaram algumas propostas que interferem diretamente no modelo de negócio do setor de educação privada.
Potencialmente, as novas regulações poderiam banir aquelas que possuem fins lucrativos, “crescimento de capital” ou com listagem nas bolsas. As ações do setor negociadas nos Estados Unidos caíram entre 30% e 50% por cento na sexta-feira.
As perdas, porém, espalham-se para os demais ativos e atingem até mesmo as gigantes da tecnologia do país. Alibaba (BABA), Tencent (TCEHY), JD.com (JD) e demais seguem sendo afetadas pela maior percepção de risco regulatório.
E Eu Com Isso?
Logicamente, as restrições de ordem regulatória elevam a percepção de risco associada a determinados investimentos e impactam negativamente os preços.
No caso das empresas do setor de educação, potencialmente proibidas de operar livremente e de maneira racional do ponto de vista econômico, a questão é ainda mais severa, praticamente inviabilizando quaisquer perspectivas de investimento no setor.
Contudo, ainda não está claro como e quando acontecerão tais sanções.
Diante de tantas perguntas, o mercado prefere migrar a alocação para ativos com um grau de incerteza mais adequado.
No caso das big techs chinesas, chama a atenção a recente abertura do desconto para as empresas de tecnologia nos Estados Unidos, que seguem em bom momento nos mercados.
O contexto operacional ainda é extremamente favorável, dado que as empresas seguem apresentando elevadas taxas de crescimento tanto na linha de receitas como nos lucros, mas é algo que vem sendo visto como secundário diante do nebuloso cenário.
Gradativamente, o cerco já vinha apertando há alguns meses, com diversas multas e sanções sendo deliberadas a quase todas as gigantes da tecnologia. Porém, era algo visto como aceitável e em determinados contexto, totalmente justificáveis. Agora, o tom mudou.
O alvo não são mais empresas específicas, e sim diversos setores. A recém listada DiDi, de caronas, a Meituan, de delivery de frutas, além do próprio setor de educação veem suas operações mais amarradas.
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