Começou o segundo semestre, a metade do ano em que as coisas de fato acontecem. É nesse período que se define o ritmo da economia e que se confirmam (ou não) as expectativas para o ano.
Por isso, vale perguntar: qual será o tamanho da comemoração no Réveillon de 2022?
A recuperação da atividade econômica que parece ter começado no segundo trimestre deste ano vai ganhar tração e o mercado brasileiro terá um desempenho em linha com os dos países ricos ou, mais uma vez, as expectativas serão frustradas?
Fazer previsões sempre é arriscado.
Por isso, vamos apoiar qualquer prognóstico nos indicadores que já existem e nas estimativas para a economia internacional.
Em qualquer caso há oportunidades e riscos.
Nos países desenvolvidos, a grande questão é como as economias vão se comportar na hora em que houver um retorno efetivo à normalidade.
Quando as medidas de isolamento social tiverem sido totalmente encerradas e as autoridades econômicas desligarem de vez os motores do incentivo econômico.
Nos tempos anteriores à pandemia, a situação dos países ricos – especialmente na Europa – não era das melhores.
O crescimento econômico vinha sendo baixo e com tendência à estagnação.
Nada garante que isso tenha mudado se as economias passarem a operar sem restrições nem estímulos.
A pandemia provocou mudanças estruturais nas relações de produção. Muitas pessoas podem retornar ao trabalho para descobrir que sua função simplesmente desapareceu.
No caso específico dos Estados Unidos, o partido Democrata, que voltou ao poder com Joseph Biden, vai enfrentar eleições legislativas duras em 2022.
Para ganhar popularidade, ao menor sinal de desaceleração econômica, o partido do governo deverá pressionar para manter o pé no acelerador dos estímulos, ainda que com risco de inflação.
Sob qualquer cenário, a liquidez seguirá elevada.
Se houver mudanças, será na intensidade dessa elevação – a famosa segunda derivada. E dinheiro em abundância circulando no sistema seguirá exercendo sua influência sobre os preços dos ativos.
Vamos analisar apenas o índice americano S&P 500.
Na quarta-feira (30), ele encerrou a 4.297 pontos, novo recorde histórico, com uma alta acumulada de 14,4% no primeiro semestre.
Para comparar, o Ibovespa avançou 6,5% nesse período, e encerrou o semestre a 126,8 mil pontos, bem abaixo do fechamento recorde, que foi de 130,7 mil pontos.
Apenas comparando esses dois indicadores, é possível dizer que o Ibovespa está “atrasado” (e as aspas aqui são propositais) em relação ao indicador americano.
O que concluir de tudo isso?
É importante controlar as expectativas. O cenário pós-Covid 19 pode ser comparado a uma festa, em que a economia se normaliza e há abundância de dinheiro para financiar consumo e investimentos.
Porém, deve haver poucos milagres à frente, ainda mais no Brasil, onde os problemas foram adiados, e não endereçados.
Se não ocorrer nenhuma grande derrapada, é razoável supor que o desempenho do mercado brasileiro ao longo do segundo semestre vai permitir seu alinhamento com os resultados dos países ricos.
Os indicadores econômicos brasileiros têm sido positivos e o preço elevado das commodities não dá sinais de queda.
O avanço na vacinação é importante para a normalização da economia. Porém, há riscos: por exemplo, se a segunda onda da pandemia não vai comprometer a retomada, e se o barulho político não vai se sobrepor ao diálogo econômico.
E Eu Com Isso?
O primeiro pregão do segundo semestre começa com uma leve alta dos contratos futuros de Ibovespa e do índice americano S&P 500, devido às expectativas positivas para o crescimento econômico.
As notícias são positivas para a Bolsa.
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