De acordo com informações da divisão europeia da Uber (UBER), o número de caronas já voltou ao nível pré-pandemia em determinadas regiões. A situação é mais favorável em cidades que estão passando por uma flexibilização mais intensa nas medidas de distanciamento social, como Londres.
Considerando o continente como um todo e na semana do meio de maio, a Uber atingiu 80% do total das caronas apresentadas antes de 2020.
A evolução, contudo, não é homogênea. Na França, por exemplo, a situação da doença está um pouco mais delicada do que no restante do bloco, e o número de caronas está na faixa dos 70% em comparação aos patamares anteriores ao surgimento do vírus.
De qualquer forma, a evolução nas últimas semanas está acima do esperado pelos executivos da companhia.
A companhia fechou 2019 com 111 milhões de usuários mensais ativos. Esta medida caiu para 93 milhões em 2020. As receitas totais pré-comissão (Gross Bookings) caíram 11% no ano passado frente a 2019, mas com diferenças significativas dentro dos segmentos. A mobilidade caiu 50%, enquanto delivery de comidas cresceu 130% e fretes, 43%.
E Eu Com Isso?
A notícia é positiva para os acionistas da Uber e pode refletir positivamente nas ações UBER no curto prazo. Porém, o impacto pode ser mais relevante após a divulgação dos resultados, quando a companhia deve apresentar números acima do esperado.
O grande fator positivo é que as caronas parecem estar se recuperando antes mesmo da retomada mais contundente das atividades turísticas, que costumavam representar um fator relevante na mobilidade em volta dos aeroportos.
Considerando também a evolução do negócio de delivery de comida – que explodiu em 2020 devido às restrições de circulação – já começamos a acreditar que a companhia pode sair fortalecida da crise.
O maior risco está na regulação trabalhista em algumas regiões, que pode frear a expansão dos negócios e detratar as margens da operação vigente.
Um outro risco, também combinado ao primeiro, é a extensão do tempo necessário para atingir o ponto de equilíbrio operacional (break even).
A Uber ainda não gera lucro, tampouco caixa, e o mercado pode começar a se perguntar se a avaliação dos preços das ações não foi longe demais.
—
Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.
—