A queda estrutural dos juros que se iniciou em 2017 teve dois impactos sobre o cenário brasileiro de investimentos.
O primeiro é bem conhecido: o crescimento do número de participantes do mercado de renda variável. Os dados mais recentes indicam que há 3,68 milhões de investidores ativos, sendo 1 milhão mulheres. Ambos os números são recordes.
O segundo impacto, menos perceptível, mas mais importante no longo prazo, é a diversificação geográfica dos investimentos.
Um dos fenômenos mais conhecidos da filosofia do investidor é o chamado “home bias”, algo que poderia ser traduzido como viés doméstico.
Parece complicado, mas é fácil de entender. Como o que é desconhecido tende a ser assustador, o investidor prefere colocar seu dinheiro no que está perto de casa, seja fisicamente, seja culturalmente.
Isso é uma propensão mundial. Nos Estados Unidos, onde o mercado é muito mais diversificado, várias pesquisas provam que os investidores preferem comprar ações de empresas de seu Estado ou mesmo de sua cidade, em comparação com papéis de companhias mais distantes, ainda que levemente mais promissores.
Isso também vale por aqui. O investidor brasileiro sempre foi “Brasilcêntrico”, e por vários motivos.
O mais importante deles era a ausência de oportunidades para colocar seu dinheiro nos mercados internacionais. Investir fora do Brasil era (e em parte continua) caro, complicado e assustador.
O custo de transação para remeter os recursos permanece elevado, esses investimentos trazem complicações adicionais na hora de acertar as contas com o Fisco e, por último, mas não menos importante, com juros elevados havia pouco incentivo para ter esse trabalho.
Por que ter dor de cabeça quando um título público seguro e com liquidez garantia uma rentabilidade de 10 por cento reais ao ano sem esforço?
Agora tudo isso mudou. Começando pelos juros, que ainda estão mais altos do que os dos países desenvolvidos, mas permanecem no mesmo patamar das taxas lá fora e estimulam a diversificação.
Além disso, a oferta de produtos aumentou. Agora, fundos globais, recibos de ações de empresas estrangeiras, os Brazilian Depositary Receipts e Exchange Traded Funds (ETF) de índices e ativos internacionais são negociados na B3, em reais e sem a necessidade de remeter dinheiro para fora. E, finalmente, espera-se uma redução dos entraves legais e regulatórios.
Pela regulação atual, só investidores qualificados, com no mínimo 1 milhão de reais em ativos financeiros, podem investir em fundos globais. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) colocou em discussão a Instrução 555, que regula os fundos, e essa limitação pode deixar de existir, ou ser atenuada.
Mesmo assim, o percentual permanece baixo. Atualmente há cerca de 5,4 trilhões de reais em fundos de investimento e a estimativa é que haja 1 por cento disso em carteiras dedicadas a ativos internacionais.
É bastante dinheiro, mas ainda é um número ínfimo se comparado com o tamanho do mercado global. Há enormes oportunidades para investir lá fora. E você pode contar com a Levante Ideias de Investimentos para isso.
Todos os dias, o analista Fernando Martin analisa cuidadosamente as notícias mais relevantes das principais companhias abertas internacionais.
Podem ser empresas americanas ou chinesas. Cabe a ele garimpar oportunidades na América Latina, na Europa e na Ásia. E informa onde estão as oportunidades para investir.
Você pode ter um exemplo todos os dias aqui no E Eu Com Isso, na seção AÇÕES GLOBAIS. Prepare o passaporte do seu dinheiro para, com ou sem pandemia, embarcar em direção aos lucros.
E Eu Com Isso?
A quarta-feira começa com os mercados brasileiro e internacional retomando o otimismo do início da semana, após o breve movimento de realização de lucros da véspera. As notícias são positivas para a bolsa.
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