Foi realizado na sexta-feira (30) o leilão de concessão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), na B3. O leilão foi bastante competitivo, com vitória dos consórcios Aegea e Iguá e superou as expectativas com arrecadação de cerca de 22,7 bilhões de reais com três dos quatro blocos arrematados.
Este foi o primeiro leilão de saneamento realizado em 2021. Nele foram apresentadas 12 licitações para os quatro blocos dos consórcios participantes, entre eles: i) o consórcio Redentor, formado pela Equatorial Energia e Sonel Ambiental; ii) a Aegea, formado pela Itaúsa, Equipar e GIC; iii) Rio Mais, formado pela Vinci Partners, Águas do Brasil e BRK Ambiental; e iv) Iguá Saneamento e Sabesp.
Os quatro blocos se referiam à: i) Zona Sul do Rio de Janeiro mais 18 municípios, com outorga mínima de 4,0 bilhões de reais; ii) Barra da Tijuca, Jacarepaguá e outros dois municípios, com outorga mínima de 3,2 bilhões de reais; iii) Zona Oeste do Rio e seis outros municípios, com outorga mínima de 908 milhões de reais; e iv) Centro e Zona Norte do Rio, com outorga mínima de 2,5 bilhões de reais.
Após disputa acirrada, a Aegea sagrou-se a grande vencedora do dia, arrematando os blocos 1 e 4 do leilão. Para o arremate, o consórcio ofertou um valor de 15,4 bilhões de reais para ambos os blocos, amplamente superior ao lance mínimo de 6,5 bilhões de reais inicialmente realizado. Após a vitória, o consórcio optou por exercer seu direito de desistência do Bloco 3, que terminou o leilão sem ofertas. O consórcio Iguá foi o vencedor do leilão do Bloco 2, com o lance de 7,3 bilhões de reais – um ágio de 129,68 de reais em relação ao valor inicialmente ofertado. No total, o leilão gerou um bônus de 22,7 bilhões de reais para os 3 blocos.
E Eu Com Isso?
A notícia é positiva para a Aegea, pois a vitória permite a expansão de suas operações no País, e também para a Itaúsa, após o grupo ter anunciado que assinou contratos para investir na companhia – um montante de 1,3 bilhão reais para aquisição de 10,2 por cento das ações da Aegea Saneamento e 8,5 por cento de seu capital total.
A aquisição, avaliada como positiva pela agência de rating Moody’s, permitirá à Aegea financiar novos investimentos no País. Dessa forma, esperamos um impacto positivo para o preço das ações da Itaúsa (ITSA4) para o curto prazo.
O resultado do leilão também pode gerar um impacto levemente negativo no preço das ações da Equatorial (EQTL3), uma vez que era esperado que a companhia vencesse algum dos contratos, já havendo anteriormente sinalizado forte interesse em ingressar no setor de saneamento. A companhia, no entanto, acabou não arrematando nenhum bloco no leilão.
O leilão da Cedae, marcado por intensa incerteza se de fato iria ocorrer, foi bastante competitivo, o que traz uma perspectiva de investimentos robustos a serem realizados no setor de saneamento básico para os próximos anos. Os altos valores oferecidos no leilão também ressaltam o apetite de risco dos investidores pelo setor de saneamento.
Segundo previsto no contrato de concessão, os consórcios vencedores deverão investir cerca de 30 bilhões de reais em infraestrutura de saneamento básico ao longo do contrato de 35 anos, com 12 bilhões de reais devendo ser desembolsados nos primeiros cinco anos. O investimento contempla o objetivo de universalização da água até o décimo segundo ano da concessão, conforme estabelecido no novo marco regulatório do saneamento.
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