Os últimos meses têm sido muito positivos para os mercados acionários ao redor do mundo. A combinação entre o avanço da vacinação, a retomada da economia e as políticas de estímulo dos bancos centrais mais importantes fizeram disparar os preços das ações. Porém, esse movimento não se restringiu à renda variável. Também vem influenciando os preços das commodities, especialmente as minerais.
Os exemplos são vários. O minério de cobre, por exemplo. Se observarmos uma série histórica de 60 anos da Commodities Stock Exchange (Comex) de Nova York, vemos que o pico absoluto dos preços foi em janeiro de 2011, quando as cotações atingiram 4,58 dólares por libra. Na segunda-feira (26) elas fecharam a 4,34 dólares por libra, apenas um pouco abaixo do pico histórico.
O mesmo raciocínio vale para o minério de ferro. Na segunda-feira (26) as cotações internacionais do minério com teor de hematita a 63,5 por cento no porto chinês de Tianjin, considerado uma referência global, subiram mais ainda, para 189 dólares por tonelada. Para comparar, em abril de 2020, as cotações eram de 80,90 dólares por tonelada. Em um ano, a alta foi de 129,3 por cento em dólares.
Cobre, ferro, milho, soja. A maioria das commodities está em alta e justifica um aumento da oferta. Porém, isso é mais difícil nas commodities minerais do que nas agrícolas. No caso do minério de ferro, por exemplo, o aumento de demanda veio numa época que a maioria dos players não estava investindo em aumento de capacidade. Assim, os preços deverão permanecer elevados, o que beneficia as produtoras brasileiras. Em sua maioria elas são empresas muito eficientes. Por isso, o cenário de demanda elevada devido aos investimentos em infraestrutura deve contribuir para uma alta de suas receitas.
Qual a conclusão disso? No caso brasileiro, investir em commodities é uma boa proteção contra as turbulências da política e contra uma eventual alta da inflação. O IPCA-15 de abril mostrou uma desaceleração em relação a março (Leia mais abaixo), mas, mesmo assim, a edição mais recente do relatório Focus mostra que os prognósticos para a inflação em 2021 superam 5 por cento. Ou seja, vale a pena pensar em ações de commodities como uma estratégia defensiva contra a inflação.
Cenário Internacional
O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) inicia hoje uma reunião de dois dias que não deve trazer nenhuma mudança na política monetária. Os prognósticos são de que há 93,1 por cento de probabilidade de que o Fed mantenha a taxa de juros no atual intervalo entre zero e 0,25 por cento ao ano. Há uma probabilidade pequena de 6,8 por cento de que o Fed mande os juros para o terreno negativo, entre – 0,25 por cento e zero. Não se espera alta. Porém, o mais esperado é uma alteração da ênfase do Fed de manter acelerados os estímulos à economia.
Indicadores econômicos
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial caiu para 0,60 por cento em abril, baixa de 0,33 ponto percentual em relação aos 0,93 por cento registrados em março. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,82 por cento. Em 12 meses, a alta é de 6,17 por cento, acima dos 5,52 por cento registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2020, a taxa foi de 0,01 por cento negativo. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com alta de 5,49 por cento, a gasolina permanece como o produto com o principal impacto no índice.
E Eu Com Isso?
O dia começa com os contratos futuros do Ibovespa em leve queda, ao passo que o mercado americano apresenta uma discreta valorização. O dia deverá ser marcado por uma volatilidade elevada em função dos números das empresas que serão divulgados no decorrer do período e a espera da decisão do FED.
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