O banco suíço Credit Suisse (CS) divulgou nesta terça-feira (6) uma nota com sua expectativa de resultado para o primeiro trimestre de 2021, a ser divulgado no dia 22 de abril. Nela, já está discriminado o prejuízo estimado decorrente da falência do fundo Archegos – cliente institucional que utilizou de instrumentos de alavancagem na gestão dos seus ativos.
As chamadas de margem do fundo resultaram em perdas de 4,4 bilhões de francos suíços (aproximadamente 4,7 bilhões de dólares) para o banco e, com isso, espera-se um resultado negativo antes dos impostos de 900 milhões de francos suíços. Ademais, a companhia anunciou a suspensão do programa de recompra de ações e a distribuição de dividendos, medidas necessárias para contornar as perdas e reforçar seus índices de liquidez e alavancagem, outras questões que estão sendo afetadas por estas perdas.
Mudanças na direção executiva: o presidente-executivo (CEO) Thomas Gottstein permanecerá no seu cargo, mas a diretora de risco, Lara Warner, deixou o banco nesta terça-feira, e o chefe do banco de investimento, Brian Chin, partirá no final de abril.
E Eu Com Isso?
Acreditamos que a notícia é negativa para o Credit Suisse e seus acionistas. Contudo, o desempenho ruim das ações em março, que fecharam o mês em queda de 27,9 por cento, limitam o potencial de queda nas ações CS no curto prazo. O banco apresentaria um resultado forte no primeiro trimestre deste ano.
As medidas de contenção de caixa e mudanças na direção buscam blindar as suas finanças e a imagem do banco, algo fundamental no negócio de gestão de grandes fortunas e serviços financeiros.
A Archegos Capital é (ou foi) um fundo para gerir o patrimônio da família de Bill Hwang, um bilionário coreano com histórico relevante no mercado financeiro. O seu foco eram ações listadas no mercado americano, europeu e asiático. Estima-se que o seu patrimônio era de 10 bilhões de dólares, mas com sua alavancagem, chegou a ultrapassar os 30 bilhões de dólares.
O fundo utilizava contratos de swap para alavancar a sua exposição em determinadas ações. Em alguns momentos, ele chegou a deter mais de 10 por cento do float de algumas empresas. As suas principais posições recentes eram a ViacomCBS Inc (VIAC), Discovery Inc. (DISCB), Farfetch Ltd. (FTCH) e nas chinesas GSX Techedu Inc. (GSX), Tencent Music Entertainment Group (TME) e a Baidu Inc.
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