O primeiro trimestre de 2021 está se encerrando com um cenário positivo para as maiores economias do mundo. Comecemos pela China. Em março, a atividade industrial chinesa cresceu mais depressa do que o previsto. O índice de gerentes de compras (Purchasing Managers Index, PMI) industrial subiu para 51,9 ante 50,6 em fevereiro, informou o National Bureau of Statistics (NBS). A projeção para março era de 51,0. Resultados acima de 50 indicam um cenário de expansão, e o resultado mostra que a indústria chinesa tirou o atraso de fevereiro, quando paralisou suas atividades por uma semana devido aos feriados do Ano Novo chinês. Em 2020, a economia chinesa se expandiu 2,3 por cento. Foi a única economia de grande porte a mostrar expansão no ano mais prejudicado pela pandemia. Para 2021, as autoridades estabeleceram como meta um crescimento de 6 por cento no Produto Interno Bruto.
As expectativas também são positivas do outro lado do Oceano Pacífico. Nesta quarta-feira, Joe Biden, o presidente dos Estados Unidos, deverá anunciar o plano de investimentos em infraestrutura mais relevante da história americana. A meta é investir 2 trilhões de dólares ao longo de oito anos, que serão financiados com um aumento dos impostos sobre as empresas de 21 por cento para 28 por cento.
Nos planos estão a reconstrução de 32 mil quilômetros de estradas, consertar as dez pontes mais importantes para a economia e a eliminação de canos de chumbo nos serviços de abastecimento de água. Também haverá investimentos em transporte, banda larga, rede elétrica e habitação, e estímulos à chamada “indústria 4.0”, que o governo americano considera primordial para manter a competitividade americana frente à China.
A meta do governo é criar milhões de empregos no curto prazo. Terão prioridade os projetos que puderem ser iniciados nos menores prazos, para estimular logo a economia e gerar empregos. Será o pacote mais ambicioso depois da Segunda Guerra mundial. Se aprovadas as medidas encerrariam um período de décadas de baixa nos gastos do governo em pesquisa e em infraestrutura.
Inflação e Juros
Além das perspectivas de crescimento nos Estados Unidos e na China, as declarações do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto reduziram a tensão no mercado futuro de juros. Em um evento, Campos voltou a defender o equilíbrio fiscal. Ele afirmou que duas coisas “lhe tiram o sono”, a ausência de um processo de vacinação em massa eficiente no País e o descontrole fiscal nas contas públicas. “É muito difícil segurar o monetário quando o fiscal está descontrolado”, disse ele. “Sem equilíbrio fiscal, o lado monetário fica bem menos eficiente”, disse ele.
Campos Neto disse também que o aumento de 0,75 ponto percentual na Selic na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) permitirá uma alta menor dos juros. Ele reiterou a visão de que a alta da inflação é temporária e se deve ao repasse da alta do dólar e dos preços das commodities. A inflação deverá continuar elevada nos próximos meses, antes de começar a cair, afirmou.
Indicadores
O número de pessoas desempregadas no Brasil foi estimado em 14,3 milhões no trimestre encerrado em janeiro. Embora a taxa de desocupação tenha ficado estável em 14,2 por cento frente ao trimestre anterior, é a mais alta para um trimestre até janeiro. Já o contingente de pessoas ocupadas aumentou 2 por cento e chegou a 86 milhões. Isso representa 1,7 milhão de pessoas a mais no mercado de trabalho em relação ao trimestre encerrado em outubro. As informações são da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (PNAD), divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
E Eu Com Isso?
O trimestre está se encerrando com os contratos futuros de Ibovespa indicado leve baixa, devido a uma realização dos lucros da véspera. No entanto, como os contratos futuros do índice americano S&P 500 estão iniciando o dia em alta devido ao otimismo com o pacote de investimentos em infraestrutura nos Estados Unidos não se descarta a hipótese de uma valorização das ações por aqui também.
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