Em meio a escassez de oferta de semicondutores no mundo, o novo CEO da Intel anunciou nesta quarta-feira (24) um plano estratégico para os próximos anos da companhia. Ele envolve a terceirização de maior parte da produção e também o investimento de cerca de 30 bilhões de dólares em novas fábricas de componentes.
O plano é construir duas novas fábricas em instalações já existentes no estado do Arizona, com capacidade de produção de mais de 20 bilhões de dólares anuais.
Ele ainda afirmou que a companhia deve partir para uma estratégia de maior terceirização a partir de 2023, mas sem perder a sua “raiz histórica” de ser uma desenvolvedora e ao mesmo tempo fabricante dos seus produtos, mantendo a maior parte da produção em casa.
Há uma preocupação geral com a indústria de semicondutores nos Estados Unidos e a migração de parte da produção para países asiáticos. Em 1990, por exemplo, os Estados Unidos correspondiam a 37 por cento da produção, e, agora, este percentual é bem menor, de aproximadamente 12 por cento.
A indústria acusa os governos de não terem apoiado a indústria, enquanto os países asiáticos adotaram políticas industriais específicas para o setor. Recentemente e diante da crise na cadeia de suprimentos, o presidente Biden se mostrou disposto a ajudar o setor.
E Eu Com Isso?
O plano anunciado pelo novo CEO da Intel é interessante e tem sido visto como uma espécie de retomada na trajetória de crescimento da companhia. No ano as ações sobem 24,5 por cento, contra alta de apenas 3,5 por cento do S&P 500.
O mercado deve rever as suas projeções para os resultados da companhia para os próximos anos, com possibilidade de revisão dos preços justos para cima.
Contudo, no curto prazo, o seu resultado e algumas métricas podem encolher devido a algum aumento marginal nas despesas e aumento nos investimentos em bens de capital (CapEx), reduzindo a sua geração de caixa livre (free cash flow).
No ano passado, a Intel perdeu Market-share (participação de mercado) e viu o preço de suas ações cair em meio ao aumento da concorrência, perda de clientes-chave e redução na produção de chips da próxima geração. A queda foi de 14,7 por cento, enquanto as ações da Nvidia (NVDA), por exemplo, que seguiu uma trajetória de ganhos de mercado e explosão na produção, subiram 122 por cento em 2020.
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