A Equatorial Energia (EQTL3) divulgou na noite de quarta-feira (24), após fechamento do mercado, seus números referentes ao quarto trimestre de 2020. O resultado veio positivo e acima das expectativas, com bom resultado regulatório e ganhos não recorrentes.
De forma consolidada, a receita operacional líquida da Equatorial, desconsiderando sua receita de construção, registrou uma alta de 11,1 por cento no ano contra ano, totalizando 4,6 bilhões de reais no 4T20.
Como principais contribuições dessa linha, temos o aumento do consumo de energia elétrica nos mercados cativo e livre, o que representou um crescimento consolidado de 1,7 por cento na comparação anual.
O destaque ficou por conta da distribuidora Equatorial Maranhão, com crescimento de 3,4 por cento na comparação anual, seguido pela distribuidora de Piauí, com crescimento de 2,5 por cento no ano contra ano, Alagoas, com 2,1 por cento de crescimento na comparação anual, e, por fim, a unidade de Pará, que manteve sua venda de energia a patamar estável.
O aumento do consumo foi impulsionado pelo aumento do consumo residencial, com crescimento consolidado de 6,1 por cento na comparação anual, devido às condições climáticas do período, que contou com temperaturas elevadas. Outro fato que contribuiu com a alta do segmento foram as medidas de isolamento social, que incentivaram as famílias a permanecerem em suas residências. Houve também contribuição significativa do segmento industrial, de 1,8 por cento na comparação anual, e contração do segmento comercial, de 2,7 por cento no ano contra ano.
Outros fatores que contribuíram para a alta da receita no período foram: i) o reconhecimento da receita de ressarcimento das sobras físicas homologadas na Equatorial Piauí, no montante de 392 milhões de reais (não-recorrente); ii) maior recebimento de subvenções (CDE e baixa renda), com o aumento da base de clientes de tarifa social; e iii) aumento nos valores a receber da Parcela A, de 361 milhões de reais.
Em relação aos seus custos e despesas, a Equatorial apresentou um PMSO (pessoal, material, serviços e outros) controlado, com aumento de 2 por cento na comparação anual, apesar do maior custo da parcela A (despesas não gerenciáveis), de 25 por cento na comparação anual. A companhia ainda apresentou uma alta de seu Ebitda ajustado de 34,8 por cento na comparação anual, registrando 1,7 bilhões de reais no 4T20.
O lucro líquido consolidado ajustado ainda foi positivamente afetado por um melhor resultado financeiro e menor imposto, registrando alta de 29,8 por cento na comparação anual, totalizando 928 milhões de reais no 4T20.
A companhia, por fim, também anunciou a aprovação pelo Conselho de Administração do pagamento de dividendos no montante de 707,1 milhões de reais – equivalente a 0,72 real por ação ordinária da Equatorial Energia. Este representa um retorno em dividendos de 3,4 por cento.
E Eu Com Isso?
A Equatorial divulgou resultados positivos, acima das expectativas, com bom resultado regulatório, ganhos não recorrentes e anúncio da distribuição de dividendos. Dessa forma, esperamos impacto positivo no preço das ações da companhia (EQTL3) para o curto prazo.
A companhia conseguiu apresentar um sólido desempenho no trimestre, com bons resultados regulatórios, impulsionados pelo aumento da venda de energia, ganho não recorrente (ressarcimento Equatorial Piauí), além de custos e despesas (PMSO) controladas no período.
A Equatorial ainda exibiu leve redução de sua dívida, com queda de 3,8 por cento na comparação anual. Sua dívida líquida atingiu 10,2 bilhões de reais no encerramento de 2020, com uma relação dívida líquida sobre Ebitda ajustado de 2,1 vezes.
Vale destacar que esta redução de seu nível de endividamento foi sustentada pela redução de seus investimentos. No 4T20, estes apresentaram totalizaram 917 milhões de reais, 16,9 por cento menores do que os investimentos realizados no 4T19, devido à proximidade da conclusão dos empreendimentos de transmissão realizados.
Em relação ao setor elétrico, mantemos uma perspectiva positiva, ancorada na sua resiliência, geração de caixa mais estável e capacidade de distribuição de dividendos elevados, refletindo seu caráter menos cíclico. Nesse sentido, a despeito dos desafios impostos pela segunda onda da pandemia à economia brasileira, acreditamos que o setor será um dos menos atingidos. Nossa visão construtiva também se sustenta no marco regulatório amadurecido, o qual, apesar de ameaças populistas, se mantém sólido e protegido.
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