A Disney (DIS) anunciou nesta quarta-feira (2), após o encerramento das negociações no mercado, que irá fechar pelo menos 60 lojas físicas na América do Norte até o final deste ano. A decisão está diretamente ligada à estratégia de digitalização das suas operações.
A companhia também disse que pretende melhorar a sua “plataforma de e-commerce”, buscando integrar a experiência da compra online com seus aplicativos móveis e com os parques. A linha de produtos também passará por alterações, e a gama de novos produtos terá ênfase no público adulto. Em novembro de 2020, a companhia colocou em operação lojas online na Índia, Nova Zelândia e Austrália.
Conforme observado no seu formulário anual (10-K) mais recente, a Disney possui 200 lojas na América do Norte, 60 na Europa, 45 no Japão e 2 na China. Assim sendo, o fechamento irá atingir aproximadamente 30 por cento do total das lojas na região americana ou 20 por cento considerando todas as lojas da Disney no mundo.
E Eu Com Isso?
Embora uma primeira leitura sugira algum encolhimento da operação de varejo, vemos a notícia como positiva e alinhada com a estratégia de digitalização da Disney. Sem dúvidas, as lojas essenciais e em grandes centros serão mantidas, e o fechamento tende a se resumir às operações pouco lucrativas e/ou não-estratégicas.
Do ponto de vista de resultados, as lojas físicas não-lucrativas e/ou estratégicas são redutoras de margem, além de consumirem caixa dos investimentos para manutenção, expansão e melhorias. Já o e-commerce apresenta diversos predicados que o fazem um modelo de negócio diferenciado e com potencial de geração de valor maior.
O jeito de se fazer varejo vem mudando. De acordo com estimativas do Departamento do Comércio dos Estados Unidos, o e-commerce cresceu 32,4 por cento em 2020. Nesse contexto, as empresas têm buscado melhorar as suas plataformas digitais para “não ficar para trás”. O que era diferencial virou obrigatório.
Conforme demonstrado no último resultado trimestral reportado, a receita do segmento de “Parques, Experiências e Produtos” caiu 53 por cento na comparação anual. Contudo, explorando os subitens, a parte de produtos performou relativamente bem, e conseguiu obter um crescimento de 2 por cento na comparação anual.
Enquanto o segmento de parques, resorts e experiências segue bastante afetado pela pandemia (e nenhuma solução viável é capaz de retomar os resultados ao nível pré-pandemia), a Disney vem acelerando a sua transformação digital. Este termo, por vezes utilizado de maneira capciosa no mundo dos negócios, é feito para valer em algumas companhias. Acreditamos que a Disney está indo nesta direção.