Nesta terça-feira (23), o Facebook (FB) e os reguladores australianos entraram em um acordo a respeito do pagamento pelas notícias vinculadas nas plataformas da companhia. Assim, o Facebook terá caminho para negociar diretamente com as editoras/empresas de notícias ou seus conglomerados, evitando o pagamento obrigatório que seria imposto pelo governo australiano.
O Facebook chegou a bloquear a postagem e o compartilhamento de notícias através de suas plataformas digitais no dia 18, o que, segundo estimativa dos editores, reduziu em 20 por cento o tráfego de leitores de fora da Austrália. O fato também gerou duras críticas do primeiro-ministro australiano, que chamou a medida de “desnecessária e autoritária”.
E Eu Com Isso?
Após a notícia, as ações do Facebook (FB) reagiram bem e fecharam a sessão da terça-feira (23) em alta. Nas próximas sessões, acreditamos que o desempenho das ações será impactado pelo formato das leis que vêm sendo debatidas no Senado australiano.
A discussão a respeito deste assunto é complexa e envolve diversas diretrizes. A mais discutida recentemente foi polêmica envolvendo o bloqueio do compartilhamento imposto pelo Facebook na última semana – o que foi visto como uma espécie de ataque à livre imprensa e um corte ao acesso à informação no país.
Sob outra perspectiva, a pergunta que os reguladores vêm fazendo no mundo todo é se as big techs (e em especial o Google e o Facebook) não adquiriram um poder de influência forte demais capaz de impactar alguns pilares da sociedade.
No caso australiano, parece haver uma preocupação também com o mercado de publicidade local, que segue com uma fatia muito menor que o Google e o Facebook detém no território. A regulação, prevendo que estas empresas sejam obrigadas a pagar pelas notícias, ameniza a crise para as empresas tradicionais de mídia e o jornalismo “old school”.
Vemos esta questão extrapolando para outras regiões e países muito em breve. O caso na Austrália deve puxar a fila e servir como prerrogativa. As companhias terão que lidar com esta previa no sapato nos próximos anos.
A despeito disso, os seus resultados ainda estão bem longe de serem impactos de maneira relevante com tais medidas, muito embora uma maior percepção de risco possa afetar o desempenho de suas ações após novos litígios.
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