Segundo estimativas da consultoria Gartner, a Apple (AAPL) ultrapassou a Samsung em venda de aparelhos celulares no período do quarto trimestre de 2020, o que não acontecia desde 2016.
A expectativa é que a companhia tenha comercializado mais de 80 milhões de aparelhos no último trimestre, assumindo, assim, a liderança em termos de participação no mercado. No agregado anual, porém, a Samsung foi a líder mundial.
Em termos gerais, a consultoria projeta que o mercado de aparelhos celulares recuou 5,4 por cento em 2020, enquanto a Apple vendeu 3,3 por cento mais unidades no ano. Em termos de receita – que leva em consideração os preços médios e o efeito cambial -, a receita da Apple com Iphones caiu 3 por cento na comparação anual.
Contudo, a receita agregada cresceu 6 por cento, com as categorias de Mac, Ipad, Acessórios e Serviços crescendo todas em duplo dígito em 2020.
E Eu Com Isso?
Acreditamos que a notícia é positiva para a Apple, mas não vemos o relatório da consultoria capaz de impactar no preço das ações AAPL no curto prazo. Por outro lado, ele vem para reforçar aquilo que os resultados do 4T20 já indicavam: a boa aceitação do mercado com o lançamento do Iphone 12.
A tecnologia 5G embarcada nos aparelhos – cuja rede já está bem pulverizada em algumas regiões da China -, o novo design e as melhorias desenvolvidas na sua câmera são os principais componentes que têm agradado o mercado.
O Iphone é o item com a maior identidade da marca Apple, que consegue estabelecer no mercado algum poder de preços. Porém, nem tudo são flores. Entre 2019, por exemplo, a receita com a linha “Iphone” recuou 14 por cento na comparação anual. O crescimento no mercado de celulares vem desacelerando no mundo, e a pressão competitiva tem aumentado.
A cada ano a Apple reduz a sua dependência do Iphone nos resultados. Em 2018, 62 por cento da receita era proveniente desta linha; em 2019, recuou para 54,7 por cento. Em 2020, fechou o ano em 50 por cento. Isso demonstra que a Apple segue investindo e obtendo sucesso no desenvolvimento e comercialização de novas linhas, como relógios (iWatch), fones (Airpods), e até no streaming (Apple TV).