Termo criado pelo economista americano Irving Fischer (1867-1947), a Reflação é um fenômeno econômico que ocorre após crises profundas. Depressões econômicas, aquelas quedas violentas na demanda agregada e no nível de atividade, provocam distorções enormes nos preços dos ativos. Quando a crise passa, principalmente pela atuação dos bancos centrais, os preços dos ativos tendem a voltar rapidamente a níveis parecidos com os anteriores.
Não confunda reflação com inflação. Essa palavra é usada para definir um aumento no crescimento e nas pressões de alta sobre os preços após uma ampla contração, geralmente referindo-se à taxa de variação em vez do nível absoluto dos preços. Quando se trata de expectativas de inflação no mundo real e preços ao consumidor, esse é um jogo diferente, e onde atualmente há muito debate.
Alguns investidores afirmam que os gastos dos governos para conter os impactos da Covid e as decisões dos bancos centrais de manter os juros baixos por mais tempo colocou as economias em curso para a inflação em uma escala nunca vista em décadas. Outros dizem que a pandemia está apenas intensificando as tendências observadas nos últimos anos, onde os aumentos de preços estão ausentes graças ao fraco crescimento econômico, demográfico e tecnológico.
Podemos estar vivendo um desses momentos, com a perspectiva de um retorno ao crescimento global após o impacto econômico da pandemia provocada pelo coronavírus. Vários laboratórios farmacêuticos desenvolveram vacinas contra a Covid-19, as populações dos países desenvolvidos estão sendo imunizadas, o que permite prever uma relativa normalização das relações e das atividades econômicas em breve. No entanto, não deve haver uma mudança drástica nas políticas monetária e fiscal dos países desenvolvidos, que permanecerão expansionistas.
No domingo (07), a Secretária do Tesouro americana, Janet Yellen, afirmou em uma entrevista que os Estados Unidos dependem da continuidade das políticas econômicas de estímulo para retornarem a uma situação de pleno emprego no ano que vem. Sem as medidas, disse ela, isso só ocorrerá em 2025. Suas declarações foram interpretadas como um sinal de comprometimento do governo com o crescimento econômico, o que animou os pregões. A esperança de mais gastos com estímulos sob o presidente eleito Joe Biden só deu mais combustível à alta.
Podemos estar perto de uma reflação? É bastante provável. Nesse cenário, os investimentos mais promissores são os ligados a setores cíclicos, que tendem a crescer mais que a média em momentos de expansão da economia.
Relatório Focus
A edição mais recente do Relatório Focus, publicada pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (08) mostra uma elevação dos prognósticos para a inflação medida pelo IPCA para 2021. A projeção subiu para 3,60 por cento, ante os 3,53 por cento da semana anterior e dos 3,34 por cento previstos há quatro semanas. A estimativa para o crescimento da economia desacelerou levemente para 3,47 por cento, ante os 3,50 por cento da semana anterior. As estimativas para a taxa de juros Selic e para a taxa de câmbio permanecem inalteradas em, respectivamente, 3,50 por cento e 5,01 reais.
Indicadores
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou uma inflação de 0,40 por cento na semana encerrada em 7 de fevereiro de 2021 subiu 0,40 por cento, acima dos 0,27 por cento registrados na observação anterior. Com este resultado, o indicador passou a acumular alta de 1,48 por cento no ano e 2,49 por cento nos últimos 12 meses, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
E Eu Com Isso?
Os pregões internacionais começam a semana em alta, animados pela perspectiva de estímulos econômicos. Os contratos futuros de Ibovespa iniciam a sessão em uma leve queda, indicando uma realização dos lucros da semana passada. Mesmo assim, o cenário é positivo para as ações.