A Johnson & Johnson (JNJ) solicitou nesta quinta-feira (04) à Food and Drug Administration (FDA), órgão americano que se assemelha à Anvisa no Brasil, autorização para uso emergencial da sua vacina contra a Covid-19.
A autorização é o passo seguinte à fase dos testes clínicos finais, cujos resultados foram divulgados na última semana. No caso da Johnson, a sua vacina demonstrou uma eficácia protetiva de 66 por cento contra casos moderados da doença. Nos Estados Unidos, a eficácia foi um pouco maior (72 por cento), enquanto na América Latina e na África do Sul, a eficácia foi de 66 por cento e 57 por cento, respectivamente.
Uma vez aprovada, a vacina viria para complementar o menu disponível no mundo para a luta contra a doença. Nos Estados Unidos, apenas as vacinas da Pfizer e da Moderna estão sendo utilizadas para imunizar a população, enquanto no resto do mundo há outros imunizantes sendo aprovados ou já sendo utilizados pelos governos.
A FDA já se manifestou e disse que irá analisar o pedido “o mais rápido possível”. A expectativa é que a aprovação deva ocorrer no fim de fevereiro. A Johnson diz estar preparada para iniciar as produções, e espera produzir cerca de 1 bilhão de doses em 2021.
E Eu Com Isso?
A notícia é positiva para o contexto humanitário global, o que, como consequência, pode trazer um impacto positivo para os mercados de risco, pois é mais um instrumento disponível na luta contra o inimigo invisível.
O Estados Unidos é o primeiro a se beneficiar, visto que o governo americano tem um acordo de 100 milhões de doses com a companhia, que devem ser disponibilizadas ainda no primeiro semestre deste ano.
Para a Johnson & Johnson (JNJ), esperamos um desempenho um pouco acima do mercado no curto prazo. Importante lembrar que na sessão seguinte à divulgação dos testes clínicos, as ações JNJ recuaram 3,5 por cento devido à eficácia observada na vacina vir “abaixo do esperado pelo mercado”.
Lembramos que a vacina utiliza uma tecnologia diferente das demais, e a sua principal vantagem é a imunização com apenas uma dose, e armazenagem em temperaturas de uma geladeira comum.
Em termos de resultado corporativo, a vacina contra a Covid poderia incrementar alguns bilhões de dólares às receitas da Johnson em 2021 que deve apresentar um número próximo aos 90 bilhões de dólares no ano. Contudo, o projeto da companhia envolto à esta doença específica não tem fins lucrativos (ao menos durante a pandemia), logo as margens operacionais da vacina deverão ser bastante reduzidas.
Em outras palavras, o benefício financeiro à companhia é secundário e talvez irrisório em um primeiro momento. A questão da vacina contra a Covid 19 é uma questão de vida ou morte para as pessoas, mas nem tanto para os números Johnson.