Na manhã desta quinta-feira (21), no início do pregão, a Votorantim realizou uma venda de ações em bloco (Block Trade), coordenada pelo banco JP Morgan, vendendo mais 25 milhões de ações no leilão de abertura, levantando cerca de 1,6 bilhão de reais.
As ações foram negociadas a 64,02 reais, representando um desconto de quase 3 por cento em relação ao preço de abertura de mercado, porém um valor perto das máximas históricas da Suzano (SUZB3).
A Votorantim se tornou, junto com o BNDESPar, um acionista relevante da Suzano a partir da fusão com a Fibria.
E Eu Com Isso?
A Votorantim ainda possui mais 25 milhões de ações da Suzano e vem se desfazendo do investimento gradualmente, sendo a segunda venda em bloco de ações (block trade) realizada desde a fusão. A companhia vem respeitando um intervalo de cerca de 45 dias entre as operações e tudo indica que virá uma última transação no futuro próximo.
A venda vem em um momento interessante para os fundamentos da Suzano, que vem se refletindo na valorização do preço de suas ações. A empresa vem anunciando aumentos de preços subsequentes desde novembro, passando de 440 dólares por tonelada de celulose para 580 dólares por tonelada já anunciada para fevereiro, para os embarques à China, o maior mercado consumidor.
Além disso, o dólar mais forte em relação ao real tem efeitos positivos na geração de caixa da Suzano e há perspectivas de o câmbio continuar nos patamares acima de 5 reais no curto prazo.
Essas vendas em bloco da Votorantim não devem gerar o chamado “overhang” como no caso do BNDES que detinha o dobro da quantidade de ações detidas pela Votorantim e vendeu em um único bloco grande, na época gerando uma pressão para baixo no preço das ações da Suzano (SUZB3), tanto na expectativa de venda pelo BNDES, como no dia que ocorreu o block trade.
A Votorantim ainda ficou com 5,6 por cento de participação na Suzano, enquanto o BNDES tem 11,1 por cento do capital da companhia.