As articulações políticas envolvendo as eleições legislativas de 2021 vêm avançando em ambas as Casas nos últimos dias. Na Câmara dos Deputados, o candidato do governo, Arthur Lira (PP-AL), recebeu importante apoio do Republicanos, por meio do aceno de seu presidente, o deputado Marcos Pereira. A legenda totaliza 32 deputados na Câmara, fazendo com que o bloco de Lira agora, oficialmente, tenha 214 deputados e conte com o apoio de todos os partidos que formalmente compõem a base do governo na Casa.
A adesão do Republicanos deve influenciar também na decisão do Podemos em apoiar Lira e tornar o caminho mais difícil para o principal bloco adversário, encabeçado pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Atualmente, ainda não houve consenso em torno do nome a ser lançado para a sucessão de Maia, mas o bloco conta com 158 deputados e tenta angariar o apoio dos partidos da oposição, que totalizam 122 votos (excluindo o PSOL do grupo, que não deve apoiar nenhum candidato).
Na outra frente, no Senado Federal, ontem (16) a maior bancada partidária da Casa bateu o martelo e terá um candidato próprio nas eleições legislativas: o MDB, que conta com 13 senadores, deve lançar um nome para tentar presidir a Mesa Diretora nos próximos dois anos. A tendência é que Simone Tebet (MS) seja a protagonista do partido, inclusive tendo a senadora colocado seu nome à disposição, apesar das tratativas de Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Planalto para garantir Rodrigo Pacheco (DEM-MG) como sucessor da Presidência da Casa.
Segundo Tebet, não haverá espaço para um embate nos moldes do que aconteceu há dois anos (à época, as eleições foram marcadas por confusão na hora da votação e ânimos acirrados entre senadores) e a tendência é que o bloco de Alcolumbre e do MDB cheguem a um acordo comum em torno de apenas um nome.
E Eu Com Isso?
Até a semana que vem, quando as atividades políticas deverão se arrefecer em função das festas de fim de ano, espera-se a consolidação das candidaturas em ambas as Casas Legislativas. Hoje, Lira tem mais votos “garantidos” (a votação é secreta, por isso, deputados podem mudar seu voto não obstante os apoios oficiais dos partidos), mas esbarra nos votos da esquerda, que serão essenciais para definir o vencedor no ano que vem.
No Senado, a tendência é que o MDB garanta posições importantes em comissões e na própria Mesa Diretora, mas a sigla, ao cabo, deve retirar sua candidatura para apoiar o nome de Alcolumbre – ainda indefinido, mas praticamente consensual quanto ao seu favoritismo. Como já disse, o desfecho nas duas Casas deve ser bem recebido pelos mercados, que acompanham atentamente as disputas políticas atuais.