O dia começa com sinais positivos, mantendo a animação da quarta-feira (16). Em sua última reunião do ano, o Federal Open Market Committee (Fomc), versão americana do Copom, confirmou as expectativas dos investidores e manteve as taxas de juros nos Estados Unidos próximas de zero.
Além disso, o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) reforçou seu compromisso de comprar pelo menos 120 bilhões de dólares em títulos públicos e privados por mês por um longo período. Ou, como disse o comunicado emitido após a reunião, “até que um progresso substancial tenha sido feito em direção às metas do Comitê para o emprego e para a estabilidade de preços”. Segundo o Fomc, as compras de títulos “ajudam a promover o funcionamento suave do mercado e condições financeiras acomodatícias, sustentando um fluxo de crédito para famílias e empresas”.
Os integrantes do Comitê também elevaram suas perspectivas sobre a economia americana em relação ao que era projetado no encontro de setembro. A mediana da expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos em 2020 agora é de uma queda de 2,4 por cento, resultado melhor que a queda de 3,7 por cento prevista na reunião anterior. A perspectiva para 2021 também melhorou, passando de um crescimento de 4 por cento para 4,2 por cento.
O comitê também mostrou uma visão mais otimista sobre o desemprego. Em 2020, a taxa prevista agora é de 6,7 por cento, contra 7,6 por cento esperados em setembro. Para 2021, a projeção mediana é de 5 por cento, ante 5,5 por cento.
Não foi apenas o Federal Reserve que chamou a atenção dos investidores. Por aqui, o Banco Central (BC) divulgou, na manhã desta quinta-feira (17), seu Relatório Trimestral de Inflação. Para o BC, a recuperação econômica mundial continua dependente da evolução da Covid-19. “A ressurgência da pandemia em algumas das principais economias tem revertido os ganhos na mobilidade e deverá afetar a atividade econômica no curto prazo, após a recuperação parcial ocorrida ao longo do terceiro trimestre”, consta do relatório. Mesmo assim, a tônica é otimista. “Os resultados promissores nos testes das vacinas tendem a trazer melhora da confiança e normalização da atividade no médio prazo, e as condições do mercado financeiro global permanecem acomodatícias, com a comunicação de diversos bancos centrais sinalizando que os estímulos monetários terão longa duração, o que permite um ambiente favorável para economias emergentes.”
O problema para a economia brasileira continua sendo a desigualdade da recuperação. A atividade no setor de serviços, cada vez mais importante no cômputo geral da economia, permanece deprimida. A pujança no agronegócio e no segmento imobiliário não tem sido capaz de, isoladamente, compensar a baixa nos serviços. “A incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o período a partir do final deste ano, concomitantemente ao esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais”, afirmou o BC no Relatório de Inflação.
Apesar disso, o BC revisou os prognósticos para cima. A projeção central para a variação do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 passou de uma queda de 5 por cento no Relatório de Inflação anterior para uma queda de 4,4 por cento. Para 2021, ainda com incerteza acima da usual, projeta-se crescimento de 3,8 por cento, levemente abaixo dos 3,9 por cento do prognóstico anterior.
Indicadores
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) variou 1,18 por cento no segundo decêndio de dezembro, ante 3,05 por cento no mesmo período do mês anterior, informou nesta manhã a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com este resultado, a taxa acumulada em 12 meses caiu para 23,41 por cento ante 24,25 por cento. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 1,17 por cento no segundo decêndio de dezembro, ante 3,98 por cento no segundo decêndio de novembro. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 1,23 por cento ante 0,51 por cento em novembro. E o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 1,20 por cento no segundo decêndio de dezembro ante 1,38 por cento em novembro.
E Eu Com Isso?
O relatório do Federal Reserve injetou mais uma dose de otimismo nas veias do mercado. Nesta quinta-feira os contratos futuros de Ibovespa e do índice americano S&P 500 iniciam o dia em alta.