Na ponta do lápis, a alta acumulada do ano é pequena, apenas 0,4 por cento. Porém, em retrospecto, ao fechar a 116.149 pontos na terça-feira (15), o Ibovespa registrou uma proeza. Em um movimento de valorização iniciado no primeiro pregão de novembro, o principal indicador do mercado acionário brasileiro subiu 23,6 por cento e, dando continuidade à alta de algumas semanas antes, zerou as perdas do ano. Nada mal quando se recorda que, no dia 23 de março, quando o impacto da pandemia ainda se fazia sentir com toda a força sobre o mercado, a desvalorização do Ibovespa no ano em reais era de 45 por cento. Em dólares, a queda era ainda mais acentuada, 56,4 por cento.
Vale lembrar que, em março, quando a B3 registrou duas interrupções de negócios (“circuit breaker”) em um mesmo pregão pela primeira vez em sua história e o movimento era de pânico, quem acompanha a Levante foi aconselhado a manter a calma. Lançamos o Gabinete AntiCaos, de modo a fornecer a você uma orientação segura para navegar em meio à tempestade. E, mesmo naquele momento de sustos constantes, nossas recomendações se mantiveram fiéis à nossa filosofia. Analisar os fundamentos, escolher as melhores empresas, aproveitar as distorções de preço, calibrar cuidadosamente os riscos e não deixar os ruídos do mercado atrapalhar seu raciocínio.
Agora, quando o pior parece ter passado e o otimismo retorna gradualmente aos mercados, nós da Levante permanecemos seguindo os nossos princípios. Para o investidor desavisado, o pânico e a euforia são igualmente perigosos. Se em momentos de susto é grande a tentação de vender na baixa e realizar um prejuízo, nos momentos de festa há uma enorme pressão por comprar ativos caros demais, cujo resultado de longo prazo ficará aquém do que poderia. Nessas horas, assim como nos momentos de tempestade, é preciso saber escolher com critério as melhores ações. E, nessas horas – assim como nas mais sombrias – você pode contar com a experiência e a segurança do nosso time de análise.
Internacional
A quarta-feira também será um dia importante devido à última reunião deste ano do Federal Open Market Committee (Fomc), equivalente americano do Copom. Apesar de, como aqui, serem praticamente nulas as probabilidades de qualquer alteração na taxa de juros dos Estados Unidos (hoje perto de zero), os investidores querem saber outra coisa. A questão é como o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) avaliará o impacto da vacina sobre a economia americana. Mais especificamente, se as famílias e as empresas dos Estados Unidos vão precisar de mais estímulos econômicos e monetários até que a vacinação cubra uma parcela importante da população e aumente a imunidade dos americanos.
Este ano foi tumultuado para Jerome Powell, presidente do Fed, assim como para os demais banqueiros centrais. O Fed cortou os juros, aumentou a compra de títulos públicos e privados para irrigar a economia e garantir sua solvência, e tomou várias medidas extraordinárias para conter o impacto da pandemia sobre a economia. No entanto, o cenário mudou desde a última reunião, no início de novembro.
O desenvolvimento de vacinas e o início dos processos de imunização, primeiro no Reino Unido e agora nos Estados Unidos, justificaram fortes altas nas bolsas ao redor do mundo e deverão melhorar as perspectivas para 2021. Nas projeções econômicas trimestrais divulgadas em setembro, o Fed previa que em 2021 a economia americana iria crescer 4 por cento e a taxa de desemprego recuar para 5,5 por cento, ante os 6,7 por cento registrados em novembro. Após a reunião, essas projeções deverão ser revisadas.
E Eu Com Isso?
A sessão começa com os contratos futuros de Ibovespa e do índice americano S&P 500 em alta, com os investidores animados pelas perspectivas positivas com a reunião do Fed.