Com a surpresa envolvendo a impossibilidade de Davi Alcolumbre (DEM-AP) se reeleger para a Presidência do Senado Federal após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a disputa para o comando da Casa está totalmente em aberto.
Imediatamente após a decisão inesperada, senadores já se movimentaram para estabelecer novos nomes para a disputa, demarcando posições importantes no tabuleiro de xadrez político. Alcolumbre, por exemplo, já sinalizou que vai trabalhar para eleger um senador independente do Planalto – o atual presidente teria entendido que o fato de o governo federal lavar as mãos em relação à carta, redigida pelo PP, que criticava a possibilidade de reeleição seria motivo para distanciamento político.
Na lista de nomes, já estão Antônio Anastasia (PSD-MG), Simone Tebet (MDB-MS), Eduardo Braga (MDB-AM) e, correndo por fora, Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Eduardo Gomes (MDB-TO). O nome de Anastasia é o que mais agrada Alcolumbre neste momento, por conta da independência do senador em relação ao governo, por sua identificação com pautas liberais e pelo tamanho da bancada do PSD na Casa. Simone Tebet vem logo em seguida pelos mesmos motivos – a senadora e atual presidente da CCJ já avisou aliados que vai colocar seu nome à disposição para a disputa.
E Eu Com Isso?
A reeleição de Alcolumbre era dada como certa. O atual presidente já teria cerca de 55 a 60 votos favoráveis e o Supremo tendia a não barrar a reeleição. Diante da reviravolta, a dinâmica para o comando do Senado Federal deve ficar parecida com a da Câmara dos Deputados: o governo vai apoiar um nome e o atual presidente da Casa vai apoiar outro, e esse será o principal embate político.
O apoio de Alcolumbre deve ficar mesmo entre Anastasia ou Simone Tebet, devido à força dos seus respectivos partidos no Senado. Com as mesmas características da Câmara, a disputa do Senado será acompanhada de perto pelos investidores e não deve, independentemente do resultado, significar um revés para a agenda econômica, uma vez que ambos os lados não demonstram restrições quanto às reformas e outras pautas liberais. As eleições do Legislativo tendem a ser o principal driver político de dezembro e janeiro, junto com o Orçamento de 2021.