O governo quer emplacar o nome de Tereza Cristina (DEM-MS) para a candidatura da base aliada para as eleições da Câmara dos Deputados, que deve ocorrer no início de fevereiro de 2021 e definir quem será o presidente da Câmara pelos dois anos restantes do atual mandato.
O nome de Tereza Cristina, hoje atual ministra da Agricultura, é bem visto por alas do governo, tem respaldo da bancada do agronegócio e poderia ser um nome aceito pelo atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), companheiro de sigla e também amigo da ministra.
Por outro lado, existem alguns empecilhos para levar o nome da ministra adiante. Integrantes do Centrão, hoje a maior parte da base governista, gostariam de ver um colega do grupo à frente da Câmara. Ainda, a oposição – apoio essencial para garantir a vitória na casa e, hoje, próxima de Maia – não aprova o nome de Tereza Cristina, tendendo a votar em qualquer outro candidato que lançasse seu nome. Ciente das discussões, a ministra da Agricultura sinalizou que não gostaria de renunciar à pasta para voltar à Câmara.
Atualmente, o nome favorito do presidente é o de Arthur Lira (PP-AL), líder do Centrão, um dos maiores articuladores da base aliada e pessoalmente próximo ao presidente. O nome de Lira, porém, enfrenta resistências do próprio Rodrigo Maia e, ainda, da ala mais ideológica do governo, que ainda não digeriu a aliança de Bolsonaro com o Centrão em troca de maior governabilidade.
As movimentações envolvendo a disputa sobre a presidência da Câmara devem se intensificar uma vez superadas as eleições municipais, marcadas para o meio de novembro. É de interesse do Executivo ter um comando da Casa governista, já que o presidente da Câmara tem prerrogativas importantes sobre a agenda legislativa e outros temas caros ao Planalto.
Atualmente, a corrida ainda envolve muitos nomes e está bastante aberta. Há, porém, um leve favoritismo do deputado que receber o apoio do governo e também do nome que será apoiado pelo atual presidente da Casa, Rodrigo Maia. Contudo, nomes não tão populares, como o de Arthur Lira, por exemplo, não devem prosperar. Para o pregão de hoje, porém, a notícia não deve ser precificada por investidores. Ainda há um longo caminho até as eleições para a Presidência do Legislativo.
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