A Alpargatas (ALPA3/ALPA4) divulgou nesta quarta-feira (4), após o fechamento do mercado, os resultados do terceiro trimestre de 2020. O resultado foi bom e acima do esperado em termos de receita e Ebitda, mas abaixo em termos de lucro líquido.
Os destaques positivos foram:
i) Melhor terceiro trimestre da história da Havaianas Brasil em termos de Ebitda, com crescimento de 40 por cento na comparação anual;
ii) Aumento da margem bruta em 0,7 pontos percentuais;
iii) Crescimento interessante nos segmentos online (280 por cento no Havaianas.com);
Já o destaque negativo foi o desempenho do segmento internacional: o volume vendido caiu 16,7 por cento na comparação anual, muito embora a receita líquida internacional tenha crescido 33,3 por cento por conta do efeito cambial. Porém, a margem Ebitda (indicador utilizado para medir a eficiência operacional da companhia) ficou negativa em 2,4 por cento neste segmento.
A receita líquida da companhia foi de 943 milhões de reais, 17,8 por cento a mais que no mesmo período do último ano. O segmento Brasil cresceu 13,9 por cento, enquanto o internacional, conforme falamos acima, cresceu 33,9 por cento devido ao efeito cambial.
O Ebitda, que avalia o potencial de geração de caixa operacional da companhia, foi de 158,3 milhões de reais, 20,1 por cento a mais que no 3T19. Assim, a margem Ebitda ficou em 16,8 por cento, ganhos de 0,3 ponto percentual.
Por fim, o lucro líquido ajustado, (excluindo o prejuízo da operação descontinuada da Mizuno, as despesas extraordinárias devido à Covid e as despesas de reestruturação) foi de 122,4 milhões de reais, aumento de 17,7 por cento na comparação com o 3T19.
O resultado da Alpargatas foi bom, com o ativo “mais valioso” da companhia – a Havaianas – apresentando um resultado animador e acima do esperado. Assim, esperamos impacto positivo no preço das ações ALPA3/ALPA4 no curto prazo.
A companhia apresentou bons números e vem demonstrando certa resiliência no seu modelo de negócio, cada vez mais diversificado em termos geográficos (vendas internacionais já representam de 20 a 25 por cento da receita), canais de venda (farmácias, conveniências, mercados, shoppings), expansão do varejo eletrônico além de novos produtos, indo além dos chinelos.
O fortalecimento da marca/grife “Havaianas” nos últimos anos também é algo notório. A empresa certamente colhe os frutos neste momento de crise para o varejo.
O desempenho da Havaianas no Brasil foi o grande destaque, com aumento de 13,1 por cento no volume vendido e de 21 por cento na receita líquida. A companhia conseguiu aumentar o preço médio em 7 por cento.
No segmento internacional o destaque negativo foi o desempenho na APAC (países da Ásia e do pacífico), com queda na receita de 33,4 por cento em dólares e na América latina, com queda de 51,1 por cento. Tais desempenhos foram parcialmente compensados pelo bom desempenho das receitas na EMEIA (Europa, Oriente Médio, África, Índia), que em euros cresceram 19,7 por cento e na NA&C (América do Norte e Caribe), que em dólares cresceram 27,1 por cento.
Os catalisadores das ações da Alpargatas são a retomada das vendas em algumas regiões internacionais, sensivelmente afetadas pela Covid/turismo bem como o desempenho da Havaianas no 4T20, período sazonalmente mais relevante para o exercício anual.
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