De fato, tratando-se de aplicações no mercado financeiro, o recomendável é que, para aqueles que visem o longo prazo, se mantenha as alocações por mais tempo – isto, é claro, se o investimento continuar a fazer sentido. Entretanto, é normal que surjam momentos em que o resgate de investimentos se torne necessário, seja para fins da vida cotidiana, seja para a realização de realocações.
Assim, para realizar um resgate de investimentos, é necessário que se avalie alguns pontos para não acabar agindo precipitadamente – e, assim, ter a chance de perder dinheiro. Desse modo, para auxiliá-lo a entender melhor o que deve ser analisado em situações de necessidade de resgate, trazemos este artigo a você. Vale lembrar, antes de continuarmos, que tecnicamente o termo “resgate” é usado somente para Fundos; porém, como na prática ele contempla diversas categorias, iremos abarcar, neste texto, também Ações e afins.
Como a etapa de resgate de investimentos funciona?
Assim como existem diversos tipos de investimentos, há diferentes regras de resgate. Por isso, é importante checar as condições na hora da aplicação.
O resgate de investimentos está atrelado à liquidez, que consiste, em suma, no grau de facilidade (e possibilidade) do resgate do valor investido em certo papel (e seu lucro, caso haja algum). Investimentos com liquidez diária, por exemplo, são aqueles nos quais, ao realizar o resgate, o investidor receberá o dinheiro na conta no próximo dia útil.
Ações, por exemplo, são liquidadas em D+2 (no mercado à vista); ou seja: ao vender uma ação na Bolsa, você receberá seu dinheiro em 2 dias úteis após a operação. Já no caso de títulos públicos, por mais que o vencimento deles ocorra apenas em prazos determinados (e que geralmente excedem anos), o resgate pode também pode ser feito antecipadamente, em uma espécie de mercado secundário garantido pelo próprio Tesouro Nacional. Assim, na prática, a liquidez é diária – mas, atente-se: vender o papel antes do vencimento, em alguns títulos, pode gerar deságio (ou ágio), por conta de suas características de rentabilidade (pós-fixada, prefixada ou híbrida).
Há também o caso dos fundos de investimentos. Neles, há, além do tempo de resgate, o tempo de cotização. Entretanto, aqui o nosso foco é apenas o primeiro. O resgate de investimentos em fundos varia conforme o “tipo” de fundo no qual se está investido. Ou seja: fundos referenciados DI, por exemplo, um tipo de Fundo de Renda Fixa, tem prazo de liquidação (e também de cotização) de D+1 ou D+0; assim, seu dinheiro, após a venda do título, cai em sua conta na corretora no mesmo dia útil ou no próximo. Já no caso de outros fundos, a liquidez varia, podendo ir de D+1 a D+360, o que interfere no resgate de investimentos. Por isso, atente-se a essas questões.
Por fim, outro ponto importante são as taxas cobradas em operações de resgate. Desse modo, é fundamental conhecer bem a aplicação, pois esses custos alteram o valor final. Não só as taxas, inclusive os impostos: o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que incide sobre o investimento em alguns fundos e afins, é cobrado somente se o resgate for realizado antes do 30º dia após o investimento.
Também existe o recolhimento de Imposto de Renda (IR), que, na maioria dos casos, é por redução progressiva de alíquotas. Ou seja, quanto mais tempo você permanecer com o investimento, menos pagará. No caso das ações, o IR será cobrado na fonte (cobrança de 0,005%) em caso de venda de mais de R$ 20.000,00 reais no mês.
Qual é a importância de refletir antes de resgatar?
Como explicamos anteriormente, investimentos possuem características diferentes. Alguns oferecem a oportunidade de resgate a qualquer momento, enquanto em outros é preciso esperar para não correr a chance de perder dinheiro.
O ideal é manter o dinheiro investido para evitar perder com esses encargos e, assim, ganhar menos do que o esperado. Fique atento não só aos custos, mas ao momento do mercado. Em ações, por exemplo, não é aconselhável vendê-las só porque houve uma queda. Muitas vezes, quedas ocorrem por eventos momentâneos e movimentações pontuais de mercado. Caso haja um valuation bem feito da empresa, e caso ela represente uma boa oportunidade de investimento, com boa previsão futura, operação e posição frente a suas concorrentes, pense duas vezes antes de resgatar seus papéis apenas por conta de uma queda diária.
Agora, se o seu objetivo for formar uma reserva de emergência, ou mesmo investir em papéis nos quais você poderá ter acesso ao dinheiro facilmente, é válido você escolher aqueles investimentos com menor volatilidade e maior liquidez (geralmente pertencentes à renda fixa), pois, mesmo que eles gerem menos possibilidades de ganho, você terá acesso ao dinheiro investido com maior facilidade.
Esperamos que o nosso artigo tenha sido esclarecedor para você saber a hora certa de fazer o resgate de investimentos, além de ter reforçado seu conhecimento sobre como as aplicações funcionam.
Se você ainda ficou com alguma dúvida e precisa da ajuda dos especialistas da Levante, deixe seu comentário abaixo. Será um prazer ajudá-lo.