O auxílio emergencial concedido pelo Governo Federal em tempos de pandemia deve amenizar a queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2020. A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro realizou um estudo que confirma nossa visão acerca do assunto.
A prorrogação de medidas que injetam recursos na economia tem impacto direto no tamanho da retração que será sentida neste ano. As estimativas do estudo apontam que o montante despendido até agora pode já ter melhorado o resultado em dois pontos percentuais. A transferência de recursos para famílias de baixa renda, com alta propensão marginal a consumir tende a gerar aumento instantâneo na demanda, o que ao nosso ver ocorreu como efeito das medidas e tende a continuar enquanto houver o auxilio. Lembrando que o resultado do varejo restrito em maio veio acima das expectativas.
Corrobora para essa visão a nota da Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Economia, divulgada na quarta-feira (8). Nela, destaca-se que o auxílio emergencial compôs mais de 93 por cento da renda dos domicílios mais pobres do país, tendo impactado fortemente os 30 por cento mais pobres da população.
Desde o início, o auxílio emergencial mostrava-se necessário para formar uma rede de proteção aos mais vulneráveis – aqueles que não possuem uma fonte de renda vinda do mercado de trabalho formal, ou mesmo qualquer tipo de fonte. Os dados recentes vêm demonstrando que a decisão de conceder o benefício, apesar de representar um gasto fiscal maior no curto prazo, foi acertada. O auxílio pode ter apaziguado a retração econômica ao acelerar a retomada das atividades e, consequentemente, a arrecadação dos entes federativos.
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